Em algumas tribos indígenas, ainda são recorrentes rituais
onde prisioneiros de batalhas viram o alimento da tribo vencedora. De acordo
com grande parte da sociedade, tal evento é considerado desumano, já que ocorre
o canibalismo. A priori, ao pensar-se sobre ele passionalmente, é válido esse
olhar negativo, pois já que vivemos em uma sociedade como iguais, nunca
consideraríamos comer outro ser humano e o fato de isto ocorrer nos causa
repulsa e indignação. No entanto, ao ver sociológico, esses rituais são na
verdade, antropofágicos. Nestes, os índios comem seus adversários a fim de
ingerirem, juntamente com seu corpo, as melhores características e dons do
inimigo. Dessa forma, nota-se que ao pensar racionalmente, o ritual não passa
de um costume cultural indígena, que tem sido realizado desde muito antes de
algum contato com a civilização ocidental e, ao desaprovarmos sem analisarmos
de maneira racional e com valores já pré-determinados, acabamos sendo
etnocêntricos. Para que isso não ocorra,
deve-se apagar tudo o que já foi pensado a respeito de um assunto, com o
intuito de compreender sem preconceitos o valor que determinada ação pode ter
para um grupo social.
Em suma, por vezes, o fato de “pensarmos” primeiro com o coração, faz com que
nos tornemos injustos ao julgar algo que deveria, primeiramente, ser analisado
de maneira racional.
Carolina Pelho Junqueira de Barros
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