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domingo, 13 de março de 2016

Industrialização do pensamento



             O pensador René Descartes é um dos precursores da ciência moderna, uma vez que propõe que o mundo seja visto e pensado de forma racional, em um período que predominava o pensamento mítico religioso. Assim provocou uma revolução na maneira de encarar a realidade, sem utilizar-se da força, dando ao homem maior poder e autonomia. Essa revolução intelectual é fruto da necessidade burguesa de alterar a mentalidade mitológica vigente, através de patrocínio a pensadores, filósofos e artistas estimulou a reflexão e a produção de conhecimento.
             Todavia quatro séculos depois, a reflexão racional acerca das informações ainda não se transformou em um hábito. Sofremos um momento de desvalorização da produção do pensamento, no qual cursos como filosofia e sociologia são deixados de  lado e tidos como inúteis. Deste modo formou-se uma sociedade alienada que se resume em apenas ser consumidora de informações, característica acentuada com as mídias de comunicação como os telejornais.
             Essa desvalorização segue a tendência geral das universidades brasileiras, de apenas inserir seus alunos no mercado de trabalho, garantindo-lhes melhores salários. Assim está ocorrendo a industrialização da ciência, sendo as pesquisas guiadas e patrocinadas pelas grandes industrias, produzindo apenas o conteúdo que lhes é viável e útil, ficando o conhecimento em prol da sociedade em segundo plano e sem recursos.

                                                                                        
                                
                                                                                           Leticia Garozi Fiuzo, 1º ano direito noturno

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