Na “Crítica à Filosofia de Hegel”, Marx critica o idealismo
presente no pensamento de Hegel, filósofo de origem prussiana criador do
idealismo alemão. Marx demonstra a diferença entre a realidade alemã e sua
filosofia, que se apresenta anacrônica por estar à frente da primeira,
discutindo, idealmente, os próximos caminhos de passos que ainda não foram
dados materialmente na sociedade alemã, considerada atrasada em relação a
outros países como Inglaterra e França, com os quais a filosofia alemã estaria
relativamente mais de acordo com a realidade. Uma de suas criticas é
direcionada ao Direito idealizado de Hegel, que acreditava ser perfeito por
submeter até mesmo o soberano às suas leis, mas sem levar em conta como
realmente ocorriam essas relações em nível material.
No caso Pinheirinho, que ocorreu entre 2004 e 2011 em uma
favela em São José dos Campos – SP, a falta de sensibilidade social e o não
cumprimento dos devidos processos legais, levaram a um massacre durante a
desocupação do local que teve repercussão internacional. O conflito poderia ter
sido melhor resolvido se as condições materiais tivessem sido analisadas e se
os operadores do direito que trabalharam no caso tivessem agido conforme as
leis e direcionado o processo a um fim mais pacífico, como, por exemplo, a
mudança da comunidade para outro local.
Porém, a falta de tato social e de análises da realidade
material da comunidade do Pinheirinho, somados a um seguimento cego, desvinculado
a qualquer hermenêutica, de algumas leis que favoreciam a parte “proprietária”
da propriedade, e a ignorância de má fé de outras que poderiam ter levado o caso
por um caminho mais justo ocasionaram a violenta e ilegítima desocupação do
local.
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