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domingo, 13 de maio de 2012

Conexões Causais


Leo Huberman, em seu livro “História da Riqueza do Homem”, descreve toda a mudança social e política ocorrida na Europa a partir da Idade Média através dos olhos da economia. Segundo sua tese, as mudanças econômicas alteraram e continuam alterando as formas da sociedade se organizar. Sendo assim, entende que a economia ajuda a explicar acontecimentos históricos, causando-os, muitas vezes; e a teoria econômica sem a história, não tem sentido de existir.
Outro autor que se utiliza da interconexão economia-sociedade para explicar a dinâmica social é Marx, quando diz que todas as sociedades passarão pela fase comunista e o ápice da organização social é o comunismo, sendo que essas fases estão inter-relacionadas, são interdependentes, e tem laço causal entre si.
Na contramão desses autores encontramos Durkheim com a visão de que não existem conexões causais que expliquem os fenômenos, de uma forma que “as etapas que a humanidade percorre sucessivamente não engendram umas às outras”. Pois “tudo o que atingimos experimentalmente nesta questão, é uma sequência de mudanças entre as quais não existe laço causal. O estado antecedente não produz o consequente, mas a relação entre eles é exclusivamente cronológica.”
Sua explicação está na perda de individualidade dos povos que decorreria dessa não-independência histórica. Vendo que assim, cada povo seria o prolongamento daquele que o antecedeu, fazendo parte de um momento diverso do mesmo e único desenvolvimento.
Embora não concordando também com os autores que dizem que temos desenvolvimentos sequenciais e SEMPRE dependentes dos acontecimentos históricos; pode-se ver as sociedades como prolongamentos das organizações sociais precedentes, mas essa caminhada social não é uniforme, progride e retrocede conforme as necessidades não só econômicas, mas territoriais, climáticas, de saúde, etc., de uma forma que tenham individualidade, diversidade e possam conduzir a caminhos inesperados, como os encontrados por Durkheim.

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