Há mais de 200 anos o homem tem vivido um modelo de produção e consumo industrial, tão gigantesco que o aderimos sem se quer perceber sua presença. Este sistema tem ao seu lado instrumentos como, por exemplo, a mídia (extremamente manipuladora e evolvente) e a moda (impulso do consumismo).
Esse modelo beneficia um grupo pequeno de interessados e é responsável pela impregnação de um consumismo irracional e um ideal de acumulação sem limites. O ser humano passa, assim, a alterar e explorar sem escrúpulos a natureza e tudo o que ela nos proporciona.
O homem, dito único animal ‘racional’, parece não entender, ou negligenciar, que os recursos terrestres são limitados e que o equilíbrio dos ecossistemas é instável. Usa, desmata, derruba, queima, constrói, explora... Faz tudo como se fosse soberano do planeta. Esquece que é tão-somente mais um ‘inquilino’ deste planeta complexo e maravilhoso.
Faz tudo em razão da acumulação material. Cada vez mais o valor desta parece superar o valor da acumulação de conhecimento, experiência, amor, aprendizado. O homem torna-se escravo do dinheiro e para conquistá-lo escraviza o planeta. Mesmo que, diante a efemeridade da vida de um homem, a acumulação material pareça superficial.
Os efeitos disso já podem ser vistos; as tragédias naturais são cada vez mais presentes no nosso cotidiano: as mudanças climáticas, o derretimento das geleiras, desabamentos, etc. O homem, montado em seu egoísmo e superficialidade, está se autodestruindo e destruindo milhares de espécies.
É clara a necessidade de frear o modelo presente e de busca por alternativas que visem à preservação e reconstituição ambiental. É necessário que o homem aprenda novamente a viver equilibradamente com a natureza. Para isto é essencial que todo o conhecimento humano se volte para tal objetivo.
O planeta precisa, mais do que nunca, das mãos humanas. Não mais para segura-lo e explorá-lo como se este fosse sua propriedade, mas para frear essa destruição e recuperá-lo de todo o dano causado. A regulamentação das relações entre o homem e o meio ambiente torna-se essencial. E para isto temos o Direito Ambiental como uma das principais armas a nosso favor.
O meio ambiente é “bem de uso comum do povo” (CF, art. 225, caput). Então, a tutela desse Direito é da coletividade, logo esse não se reduz a direito público ou privado. É, portanto, um direito difuso, pois visa o bem estar social.
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