É comum observar na atualidade uma visão pouco ampla sobre o Direito, na qual cada vez mais juristas são formados com a ideia de que o Direito é apenas leis e normas, e o único papel do jurista é segui-las corretamente. É comum ouvirmos pessoas dizendo que o curso de Direito "só começa no segundo ano", no qual ocorre o maior contato com as normas e menor com as ciências sociais, subestimando sua importância para o curso e para formação dos juristas.
Ao se concentrar exclusivamente nas leis, esquecem o quanto as ciências sociais são essenciais na vida de um jurista, a partir delas, é possível obter uma compreensão mais profunda da sociedade e de suas relações sociais, que são onde, na prática, se aplicam as leis. Com o estudo devido das ciências sociais, fica mais fácil a compreensão de como, qual o motivo, e quais critérios forem utilizados na elaboração das leis, o que é essencial para um jurista que as aplica na prática recorrentemente, desenvolvendo, dessa forma, uma análise mais crítica do Direito, que vai além de apenas aplicar leis e normas, e sim entender o que, e o motivo de estar sendo aplicado. Além disso, as ciências sociais também são importantes para o desenvolvimento de políticas públicas, pois sua maior eficácia depende da compreensão da sociedade, suas necessidades, da visualização de suas desigualdades e injustiças, e a resolução de conflitos se torna facilitada, pois o estudo das ciências sociais trabalham com causas e consequências de conflitos na sociedade, e pode ser útil para desenvolver a melhor estratégia para a resolução de certo conflito.
Portanto, é evidente que as leis em si carregam grande importância e são essenciais na vida de um jurista, mas o hábito de subestimar as ciências sociais é incorreto, e tende a formar juristas limitados, sem uma visão crítica do direito e sem uma visão aprofundada da sociedade.
Lucas Bessa Sanchez - Direito Noturno
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