Cotidianamente, sentimo-nos na obrigação de portar-se de determinadas formas por conta de fatores externos a nós. Tal situação é explicada, segundo Émile Durkheim, sociólogo francês, pela prevalência da sociedade frente aos indivíduos: para ele, quando nascemos, somos submetidos às regras sociais exteriores, as quais regem maneiras de agir e pensar, já estabelecidas antes das nossas existências. Ou seja, o que esse quer dizer é que, independentemente de nossas vontades, existe uma coerção social exterior que molda nossas condutas comportamentais.
Nesse sentido, a sociedade, através de tal coerção, a qual busca pela harmonia e visa sempre manter a coesão, para alcançar tal finalidade, utiliza, de instrumento, as instituições - como a família, escola, igreja. Essas, por suas vezes, repassam costumes e regras que não seriam internalizados espontaneamente, fazendo com que condutas sejam respeitadas de forma inerente. Nesse cenário, posturas não condizentes com os padrões impostos são vistos negativamente e, muitas vezes, são, até mesmo, punidos. Como exemplo, tem-se os relacionamentos homossexuais, os quais sofrem inúmeros preconceitos e punições e são enxergados como anomias sociais - quebram com o padrão social imposto.
Dessa forma, Durkheim propõe um método de olhar para as coisas de “fora”, ou seja, de fazer uma observação desapertada de pré-noções e análises ideológicas, as quais são deturpadas por perspectivas anteriormente estabelecidas das coisas e que faz não as observar como de fato são. A partir disso, o sociólogo conclui que, a punição, apesar de ser incumbida de construir algo produtivo para o transgressor que feriu a coletividade - como aprendizagem -, tem o intuito de, na verdade, somente revelar para a sociedade o que acontece com aqueles que não cumprem as regras.
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