A MÃO INVISÍVEL, MAS NÃO É ADAM SMITH
M.
Durkheim, do alto de sua varanda, como
Bilac
uma vez disse, longe da agitação carnavalesca
das
ruas, vê o filho da marquesa tirar a própria vida.
Que
perda trágica para a 3ª République Française!
Mme.
du Barry proclama peremptoriamente que é tudo
culpa
dos anarquistas. “Não, senhora. Isto tem cheiro dos
nacionalistas”,
defende o embaixador Terry, recém chegado
das
colônias. A voz da RAZÃO fica com a fraca e doente Mlle.:
-
Não devemos nos embebedar de pré-noções, a verdade está resoluta na observação
do fato e na descoberta da função do fenômeno em questão!
Todos
na sala ficam perplexos e em silêncio. O pensamento que fica é “esses
comunistas...”
Vossa
Excelência Reverendíssima, o arcebispo, alerta os fiéis da sedução
de
absinto na qual o Sir suicida caiu. Assim como o rei Herodes, ele
continua, para
uma
Notre-Dame lotada, que não resistiu à dança dos 7 véus de Salomé, o plutocrata
defunto sucumbiu aos desejos da carne. Na verdade vos digo que continuem a
acreditar em Deus e na Santa Sé, se não quiserem acabar como aquele pobre
menino rico diabo.
PAUSA
PARA ADORAÇÃO: Credo in Deum Patrem omnipoténtem, Creatórem cæli et terræ...
“Sra. Jennings, traga-me uma xícara de café. O espetáculo está tão bom que parece o Moulin Rouge”, anuncia M. Durkheim, ainda da varanda, maravilhado com a SoCiEdAdE.
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