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segunda-feira, 23 de maio de 2022

A rebeldia reprimida

 

Buscamos nossas vidas inteiras por individualidade, lemos histórias emocionantes com personagens fortes, revistas com diversas celebridades que queremos nos tornar,  vemos filmes de ação onde tudo parece funcionar para o herói, em sumo a ideia de sermos protagonistas nos atrai, buscamos nosso diferencial de todos ao redor. Além de nossas ações os próprios sentimentos que expressamos por muitas vezes são apenas reflexo desse desejo, inveja, ganância, ciúmes são todos exemplo de como nos frustra a perda desse protagonismo imaginário mesmo que por poucos segundos.

Quando jovens buscamos mudanças na aparência, as famosas fases de rebeldia, colorir os cabelos ,piercings em lugares que ninguém mais pensaria em furar, gostos musicais alternativos, pouco refletem o quanto estão por muitas vezes apenas seguindo tendências, estas que por sua vez são seguidas por diversos outros jovens. Quanto mais se tenta expressar individualidade mais vemos o quão ligados uns aos outros estamos, e esses momentos de mudança são vistos como “fases que quando chegarmos a vida adulta logo são esquecidos.O comportamento diferenciado ou é visto como algo infantil ligado a adolescência ou é visto como estranho.

A verdade é que lutar contra os fenômenos sociais é cansativo, a estranheza freqüente, os olhares dos demais, muitas vezes a necessidade de se explicar o porquê de tomar esta decisão, acabam esgotando o individuo com o tempo. Um exemplo é a depilação, uma mulher que deixa os pelos da axila crescer é uma forma de contrariar os costumes e causa imensa estranheza as pessoas ao redor, a ela vão perguntar diversas vezes o porquê, talvez indaguem que é anti higiênico ou que faz mal a saúde, mesmo esses dois fatos sendo equívocos.

Uma característica natural, realizada normalmente pelo corpo dessa mulher e de todos ao seu redor é oprimido por décadas de tradição, não seria preciso ela ter um motivo pra não aparar os pelos, os homens não necessitam de um, mas ela não é um homem e está numa sociedade que já tem suas regras e costumes definidos, dessa forma no momento que não segue as normas gera estranheza e incomodo. O mundo não é muito receptivo a mudanças e comentários impróprios sempre estarão presentes, para ela se torna muito mais simples compras uma lâmina e retirar os pelos em 15 segundos do que passar o resto da vida se justificando para os que a cercam.

Para o sociólogo Émile Durkheim todas essas normas impostas são os fatos sociais, que por mais que o individuo deseje fugir do mesmo por um tempo, acaba se rendendo aos “costumes”, antes de nascermos o fato social já estava presente e este se perpetua durante toda nossa vida, há um padrão comportamental esperado e um padrão de aparência alem de muitos outros, aos que não seguem as normas são dispostas penas, mesmo em casos que ao é necessariamente um crime a sociedade encontra formas de reprimir esse desvio,através da coerção (não sigo o que os demais estão seguindo portanto me sinto deslocado,causo um incomodo) que mesmo sendo indireta, se torna bem eficaz.




1 ano Direito Matutino,

Fernanda Tiemi Razera 

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