Ao levar em conta a atual situação
política e social no Brasil - na qual há uma intensa mesclagem entre
conhecimentos definitivos e política – faz-se extremamente válido colocar em
pauta pensamentos de Émile Durkheim, uma vez que o sociólogo estabelece que
deve haver uma clara separação entre estas duas áreas de estudo. Isso se dá
pelo fato de que, por meio dessa ideia de individualização, uma análise
racional e justa da sociedade passe a ser mais viável, pelo fato de afastar
opiniões e julgamentos que possam vir a, de certo modo, distorcer fatos metodologicamente
estudos. Assim sendo, para Durkheim, situações como a do procurador-chefe da Lava
Jato, que afirmou que iria rezar e jejuar para que o ex-presidente Lula fosse
preso, são ilegítimas e incoerentes. Visto que o sociólogo afirma que as
pessoas devem ser analisadas como objetos de direito, e não com passionalidade.
Como ocorrera no caso supracitado.
Outro aspecto importante a ser analisado na
visão Durkheimiana é o fato de que, para o autor, indivíduos confrontantes ao
que se é convencionado são normais, entretanto, seu aumento exacerbado dentro
da sociedade pode se fazer preocupante, por poder configurar uma disfunção
social. De modo a colocar como importante o ato de se evitar o desenvolvimento
da denominada “anomia social”, visto que, como as relações interpessoais geram
interdependência, uma parcela anômica da sociedade provavelmente provocará uma
mudança no restante desta. Assim sendo, Durkheim coloca como imprescindível o
papel da educação, uma vez que para ele esta tem o objetivo de forjar o ser social,
fazendo com que o “progresso” esteja densamente atrelado à efetividade da
educação. Dentro desse contexto, a critério de exemplo, pode-se citar o roubo
como possível anomia: embora seja comum sua existência dentro da sociedade, seu
aumento desenfreado coloca em risco o ato de “amor” ao coletivo – conforme define
Durkheim – de se respeitar a lei, fazendo com que a organicidade da sociedade
passe a ser comprometida.
Por fim, no âmbito de análise do direito
na sociedade capitalista moderna, Durkheim coloca um ato como criminoso quando
este ofende a consciência coletiva de determinada sociedade. De modo que,
embora a natureza do crime não explique por si só a pena proposta a este ato, esta
pena tem como função repelir certas ações que soem nocivas ao grupo social. Todavia,
não pode-se nem deve-se tomar como certos todos e quaisquer costumes sociais. A exemplo da
cultura de repressão e marginalização dos usuários de drogas, que se deu ao
longo da história do Brasil por diversos motivos, mas que, na sociedade atual,
não passa de um costume embasado em leis ultrapassadas, que poderiam ser alteradas
sem prejuízos sociais e que, inclusive, promoveria progressos sociais e financeiros
caso fossem superadas.
Caio Alves da Cruz Gomes - 1º Ano Direito Noturno
Caio Alves da Cruz Gomes - 1º Ano Direito Noturno
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