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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Orwell e o Fato Social

Em 1949, George Orwell publica sua renomada distopia “1984” que nos apresenta uma sociedade extremamente coercitiva e autoritária que usa diversos meios de dominação social para a manutenção de seus status de poder. Não muito diferente do que Orwell imaginava essa sociedade já havia sido conceituada e estudada pouco mais de meio século antes por Émile Durkheim, através de seus conceitos de fato social, anomia e sociedade mecânica.
A obra de Orwell possui vários paralelos com os estudos de Durkheim, a imposição de como se portar, o controle social externo ao indivíduo e a própria linguagem usada pelo Estado distópico exemplificam o fato social, que se manifesta pelos métodos coercitivos do governo autoritário, pela generalidade do regime e pela exterioridade resultante do domínio das informações. Em uma sociedade como essa, qualquer indivíduo que se opõe aos moldes construídos e exercidos coletivamente é visto como diferente do grupo e consequentemente um desvirtuado que precisa ser realocado na estrutura social, esse exemplo de anomia implica em um Direito punitivo e imediato como ferramenta para a manutenção da harmonia social, esse quadro representa a sociedade mecânica que é estruturada por Durkheim.
Assim como a ficção a nossa sociedade também está sujeita a esses fenômenos, vemos todos que são diferentes como anomias, crescemos sob um sistema educacional que nos molda, adotamos a cultura do meio como inato a nós, isso resulta em claras consequências nas nossas estruturas sociais. O nosso Direito se manifesta cada vez mais de maneira punitiva e menos restitutivo, o ensino forma indivíduos mais padronizados e a política não demonstra interesse de inserção de novas ideias.
         Dessa forma, se analisarmos a sociedade de Orwell e considerarmos as obras de Durkheim como fundamentação sociológica chegaremos a conclusão que estamos de fato em uma sociedade distópica em que reina a coerção e que qualquer sinal de individualidade é reprimido pela conservação do coletivo.

Carlos Alberto Lopes Lima - Turma XXXV - Noturno

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