A ideologia de
Durkheim apresenta evoluções em relação à consagradas teorias
anteriores, como o positivismo, no sentido que ela considera aspectos
que as outras linhas de raciocínio não consideram, como por exemplo
o aspecto social que permeia todas as nossas ações em sociedade, o
que o autor chama de fato social.
Em contraponto ao
positivismo, principalmente, se torna claro o aspecto mais humano
dessa linha. Enquanto Comte via a sociedade como um sistema fechado,
onde o desviante deveria se enquadrar com o restante da sociedade,
fazendo então uma análise ideológica e buscando a noção
dogmática de progresso como o fim, Durkheim trata a sociedade como
algo aberto, onde o desviante não é algo que necessita ser
empurrado, mas sim algo que integra esta e é mutável com o tempo,
tornando então uma análise mais orgânica e integral da maneira
como formamos nossas sociedades. O autor usa a questão da anomia,
segundo ele a desorganização social movida por normas sociais pouco
claras ou até inexistentes que levam a falta de apreciamento à
sociedade. Entretanto, comportamentos antes considerados anômicos,
como a homossexualidade, hoje não o são, sendo anômicos exatamente
o contrário: ser homofóbico. Isso prova a mutabilidade das
interações sociais.
Esse ponto da
ideologia de Durkheim foi muito importante para a nossa visão
moderna de manutenção das sociedades com menos desenvolvimento
tecnológico, apesar da lentidão com que ainda implantamos esta
ideia. Em detrimento das teorias anteriores, que passavam a ideia
dessas civilizações serem menos desenvolvidas, Durkheim sustentava
o ponto que, ao invés de bárbaras, tais sociedades apenas estavam
em um estágio diferente das outras, não podendo então serem
consideradas assim. Não eram semicivilizadas, mas sim diferentes
apenas, com aspectos bons e ruins, devendo então ser estudadas sob
uma ótica científica, não esquecendo também o estudo das
sociedades ditas desenvolvidas.
A análise de
Durkheim não busca, portanto, estudar os fenômenos sociológicos,
mas sim vê-los como fato consumado e entender as ondulações que
eles produzem em nossa sociedade, moldando então a forma que o homem
se vê no século XX e XXI.
Gabriel Reis e Silva, 1º Ano Direito Noturno
Gabriel Reis e Silva, 1º Ano Direito Noturno
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