Segundo o sociólogo Émile Durkheim, os fatos sociais são o principal objeto da sociologia para entender o funcionamento das sociedades. Fatos sociais são, basicamente, normas e valores culturais que transcendem o indivíduo e controlam a sociedade, moldando maneiras de pensar, agir e sentir, ainda que imperceptivelmente ou contra a vontade individual de cada um.
Isso se deve pela coerção que esses fatos exercem. O pensador afirmava ser ato da coerção social, a aceitação da realidade devido à força coercitiva que a sociedade tem sobre os indivíduos, é a forma de pensar ou agir conforme o "padrão" de tal sociedade, sem espaços para individualidade ou independência devido ao poder coercitivo que o coletivo exerce.
O ato de coerção fica claro, principalmente em nossa sociedade, nas relações homoafetivas e na grande dificuldade de aceitação das mesmas por grande parte da população. Mas tal dificuldade não se deve totalmente por existirem muitos indivíduos com a "mente fechada" ou algo do tipo, mas sim pelo motivo deles existirem, que é a homofobia enraizada em nossa cultura social.
Desde de a infância, em casa ou na escola, nossos pais e educadores nos falam o que devemos fazer, como devemos pensar, o que é certo ou errado, e tudo isso baseado nos costumes. "Você tem que estudar, arrumar um bom emprego, casar-se (com uma mulher) construir sua família"; é isso que aprendemos durante toda nossa infância e adolescência e, na maior parte dos casos, é o que buscamos, mas não por ser o que queremos e sim por ser o que nos é imposto durante toda a vida.
Vivemos em uma época que, querendo ou não, as sociedades evoluíram muito em relação a homossexualidade, principalmente com as permissões, por lei, do casamento e da adoção (no Brasil, em 2013 e 2015, respectivamente), mas pela forte cultura popular que pesa contra isso, há muito o que evoluir.
A evolução necessária nesse caso, seja de pensamentos ou atitudes, só será concretizada através das novas gerações, quando os pais, os educadores e, acima de tudo, a mídia, acabarem com o conservadorismo de "família tradicional brasileira".
Lucas Branquinho - Direito (Noturno)
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