Pink Money
A homossexualidade, a bissexualidade e a transexualidade foram,
e continuam sendo vistas como comportamentos anômalos na sociedade. Antiga quanto à própria humanidade,
representava até pouco tempo uma anomia perante os costumes moldados à fé
cristã e o modelo de relacionamento heterossexual.
O conceito de anomia se trata a disfunção ou degradação de
normas sociais definidas sem necessariamente infringir as leis, foi introduzida
pelo sociólogo francês Émile Durkheim no fim do século XIX em seus livros “Da
divisão do trabalho” e “O suicídio”. Essa condição é resultante das constantes
mudanças da sociedade que caminham em passos desiguais às necessidades dos que
nela vivem.
Exemplo disso é o tratamento dado aos LGBTs no Brasil no
último meio século. Fortemente reprimidos e literalmente caçados durante a
ditadura militar, esse grupo de minorias observou nos últimos anos um apelo
midiático que os favorece, dando assim uma representatividade nunca antes
conquistada. Mas do que se trata isso de verdade?
Em um histórico de uma intensa marginalização, onde o
primeiro ambiente hostil que encontram é sua própria casa com sua família, hoje
as condições de vida para os LGBT – longe de serem ideais – vem mudando.
O modo de produção capitalista enxergou um nicho de mercado
pouco explorado e lucrativo, que chama atenção dos agentes de marketing e
publicidade. Pesquisas recentes mostram que o consumo gira em torno de US$ 3
trilhões/ano ao redor do mundo. Esse poder de compra é apelidade de “pink money”
e é ele o responsável pelo aparecimento da diversidade sexual na mídia e dos
produtos que ela vende.
Embora os LGBTs tenham hoje uma maior visibilidade – o que é
muito importante, grande parte dela vem pelo absoluto interesse pelo capital. Com
o tempo o LGBT passou a ser reconhecido como um membro da sociedade, garantiu uma
visibilidade que trouxe direitos e espaços nunca antes conquistados. Entretanto, a sociedade que dá essa
visibilidade é a mesma que oprime e cria modelos do LGBT que almeja: impões
limites de comportamento que aceita, determina sua maneira de pensar e agir
como o convém. Esses indivíduos agora podem compartilhar o fato social da
maioria e serem minimamente aceitos.
Thiago C Checheto - Direito Noturno
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