Quando Durkheim diz que o fato social independe da vontade do indivíduo, pois este o sofre de forma coercitiva e externa à sua consciência individual, ele evidência a falsa liberdade na qual pensamos viver, pois grande parte do que fazemos, somos e queremos não nos é inteiramente próprio e sim fruto de uma alma coletiva.
Durkheim também nos mostra que por ser o fato social uma força externa ao indivíduo, a criação ou mudança do mesmo foge à capacidade individual de cada um, a criação de um novo fato social carece além de um fato social anterior, de condições físicas e gerais para se estabelecer, ou seja, não há possibilidade de criar-se um fato social “do nada” pois o mesmo tem natureza autônoma.
Essa autonomia dos fatos sociais não torna o indivíduo completamente alheio à evolução e ao desenvolvimento desses fatos, pois as vontades do indivíduo, quando amplamente difundidas e obtido certo consenso, podem ajudar no desenvolvimento e evolução de fatos sociais preexistentes. Um exemplo disso são as leis que, apesar de serem baseadas em tradições e morais impostas historicamente, podem ser sempre revistas e adaptadas conforme a vontade geral.
Todavia, a vontade do indivíduo é apenas parte do processo de mudança do fato social, pois o mesmo depende também de condições físicas favoráreis para mudança dessas tendências.
Marco Aurélio Barroso de Melo - 1º ano Direito/Noturno
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