A partir do conhecimento extraído da leitura da obra de Durkheim, "As Regras do Método Sociológico", capítulo I e V, admite-se que a educação tem por objetivo formar o ser social, da página 5: "(...) Toda educação consiste num esforço contínuo para impor às crianças maneiras de ver, de sentir e de agir às quais elas não chegariam espontaneamente, (...)", sendo a pressão social que sofre a criança, a mesma que está sujeita seus pais e mestres, estes não são mais do que representantes e intermediários deste fenômeno social. Tendo em vista também que, utilizando a mesma fonte citada pelo autor citado, não há conhecimento de sociedade com pedagogia que permita a criança agir em plena liberdade, todos os exemplos de ensino existentes possuem práticas coercitivas com intuito de moldar o indivíduo à imagem da sociedade. Contudo, e por isso, pode-se afirmar que o estilo de educação pública aplicado em determinado país, reflete a sociedade (ou uma parte dela) que nele está contida.
Assim, contrariando o suposto intuito estampado pelo projeto, este ao invés de "livrar o aluno inocente de doutrinações praticadas por professores mal intencionados e tendenciosos" possui uma ideologia conservadora e restritiva em sua essência - delimitando o que é válido como conhecimento científico e o que não é, por ser de origem ideológica; o que na prática significa decidir através de um instrumento institucional (com autoridade para agir sobre os indivíduos) o que o aluno deve aprender e até quem irá se tornar, como irá pensar, etc. Privando-o de decidir por si (apesar de sujeito a opinião coletiva) qual posição política e ideológica pretende seguir, ao invés de "impedir que seja influenciado" - esse impedimento, de acordo com Durkheim, seria então impossível, o indivíduo está submetido a ação coercitiva que regula os fatos sociais, e é influenciado seja na escola, ou em qualquer ambiente, pelos outros indivíduos.
Então, conclui-se que este projeto, decomposto seu argumento central, visa sob interesse daqueles que formularam seu conteúdo, somados aos apoiadores da esfera pública - que compreendem seu intuito dissimulado, não os que o defendem por estarem iludidos, por vezes sob efeito das "correntes sociais" como afirma o sociólogo -, formar uma "consciência coletiva" alienada à estrutura de dominação imposta, e aos abusos cometidos por autoridades de poder, que mantenha uma opinião rasa alinhada à cultura dominante, no propósito de manterem-se as desigualdades, e o status quo.
Aluna: Luana Ambiel Marachini Turma XXXIII Período: noturno
Aluna: Luana Ambiel Marachini Turma XXXIII Período: noturno
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