Ao
aperfeiçoar a teoria positivista iniciada por Auguste Comte,
Durkheim introduziu as bases para a utilização do estudo
sistemático no ramo sociológico, tratando a sociologia como uma
ciência própria e distinta. Desta maneira, através de seus estudos
sobre indivíduos e sociedade, Durkheim tornou-se um inovador no
campo, sendo considerado um dos principais pilares para o pensamento
da sociologia moderna.
Numa
crítica aos estudos sociológicos de sua época, Durkheim se esforça
para elevar a sociologia ao patamar de ciência legítima, dirigindo
seu enfoque para o estudo da sociedade como um todo, e não para
indivíduos como particulares. Sua filosofia mais conhecida rodeia a
questão do fato social que, em suas palavras, “é toda maneira de
fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma
coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na
extensão de uma sociedade dada, e ao mesmo tempo, possui uma
existência própria, independente de suas manifestações
individuais”.
Portando,
a sociedade vai além de um simples ajuntamento de pessoas reunidas
no mesmo local. A sociedade é uma máquina, um ser vivo. É o
conjunto das mais diversas crenças e pensamentos
dos indivíduos que a ela integram. E
valendo-se desse funcionamento nasce a “consciência coletiva”
através da fusão das “consciências individuais”. Em outras
palavras, a coerção dos fatos sociais forma certa padronização de
costumes, que existem fora da consciência dos indivíduos, sendo um
fenômeno autônimo que reflete
“um
estado do grupo, que se repete nos indivíduos porque se impõe a
eles. Ele está em cada parte porque está no todo, o que é
diferente de estar no todo por estar nas partes”. O
fato social então
forma – através da coerção – as instituições necessárias
para o funcionamento da sociedade, como moral, religião, política
etc. Assim, como as manifestações sociológicas sempre retornam a
natureza da vida social, os fatos sociais explicam-se através de
outros.
Desta
maneira, é interessante reforçar a influência que os fatos sociais
possuem em nosso cotidiano e principalmente, suas consequências. Se
por um lado os indivíduos que buscam “romper” com o normativo
sofrem duramente com a repressão da própria sociedade, olhando
por outro ponto de vista, o indivíduo que se submete a coerção
desta carrega consigo o sentimento de unidade, de pertencer a um
grupo, confortando-se na proteção das “algemas” que a
comunidade oferece.
Bárbara Jácome Vila Real; 1º Ano do Direito Matutino
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