Do
crime aos justiceiros: de Rachel Sheherazade a Bolsonaro
Émile
Durkheim foi um expoente sociólogo do século XIX, sendo que durante sua
produção de conhecimento sociólogo, seu objeto de estudo foi o fato social que
é o conjunto de ações de como os indivíduos agem em sociedade, de como eles
sentem e se expressam diante do mundo a sua volta.
Para
o sociólogo, o crime é um fato social, quando em baixas taxas, pois ele pode se
tornar patológico, mas ele é considerado um fato social, pois sempre existiu em
todas as civilizações da história da humanidade, inclusive em pequenos
agrupamentos em locais isolados, é algo que todo mundo sabe da existência, mas
o principal é que ele é sujeito à coerção, que quando aplicativa, sirva de
exemplo para os outros membros da sociedade não cometerem, sabendo que haverá
coerção, então se mostra a função social do crime.
Mas,
à medida que o crime se torna algo em grandes proporções, e que a coerção não
está sendo suficiente para diminuí-lo, ele se torna um fato patológico, e no
Brasil em 2014 a população de algumas cidades resolveu tentar diminuir o crime
na sua cidade, prendendo suspeitos em postes, batendo neles, torturando e
muitas vezes executando, eles começaram a ser chamados pela população local e
pela imprensa de “justiceiros”, mas o fato deles existirem, segundo a
perspectiva de Durkheim, torna a cidade ainda mais patológica do que ela estava
antes, pois agora a população está indo contra as normas do Estado, para
eliminar pessoas que vão contra as normas do Estado.
E
diante do surgimento desses “justiceiros” a jornalista Rachel Sheherazade, fez
um comentário no jornal, apoiando esse grupo, inclusive elogiando-o, mas
fazendo uma analogia, Rachel Sheherazade seria como o crime, algo que sempre
existe, no caso, ela representa, pessoas que ferem os direitos humanos, achando
que apenas algumas pessoas podem tê-los assegurados, mas é impossível acabar
com todas as pessoas que pensam igual ela, então ela serve para ser punida,
para que as outras vejam haverá consequências, que foi o que aconteceu, pois
ela levou uma bronca do dono da emissora (Silvio Santos, dono da SBT) e ficou
proibida de opinar em sua emissora.
Mas se
o “problema” Rachel Sheherazade se tornar fora de controle, vira patológico,
que é o caso de uma pessoa como Jair Bolsonaro, que atualmente é deputado
federal e pré-candidato a presidência da república das eleições de 2018, e isso
se torna uma patologia, pois Bolsonaro possui uma quantidade muito grande de
pessoas que o seguem, apoiam suas ideias e a disseminam, ideias que têm os
mesmos princípios que os da Rachel Sheherazade, o “problema” Sheherazade que
devia existir apenas com a finalidade de servir de exemplo, para as pessoas não
o seguirem, se torna grande, quando outra pessoa, que desta vez, detém um poder
muito maior e uma influência que podem levá-lo à presidência dependendo das
circunstâncias, mesmo que ele não consiga a presidência, talvez outros grupos
busquem seu apoio devido ao grande público que ele possui e para apoiá-los,
Bolsonaro terá algumas reivindicações garantidas.
Hélio José dos Santos Júnior - 1º Ano - Direito Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário