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domingo, 25 de março de 2012

A busca pelo perfeito

"A cracked window distorts the image/ but no worse than it was when it was fogged " The Queenstons

     Durante os séculos XVII e XVIII muitos foram aqueles que se incomodaram com a esterilidade do conhecimento que o ser humano havia conquistado até então, ou por ser simples discussões sem resultados, como a filosofia escolástica, ou frutos da fantasia ou de interpretações ilusionárias da natureza, como a magia, a astrologia e a alquimia. Essa incomodação foi a semente para o desenvolvimento da ciência moderna. Os principais nomes dessa base são Descartes, Galileu e Bacon.
     Bacon defendia que o homem não deveria discutir o que poderia ser conhecido, mas experimentar e utilizar a natureza à seu favor. Desse modo cria um método de "Cura da mente", com o fim de tirar do homem suas pré-noções (ídolos) que atrapalhariam a ação dos sentidos. Se opõe portanto ao pensamento racional de Descartes, e é diferente das interpretações matemáticas de Galileu. Então como poderiam três linhas de pensamento no mínimo diferentes se unirem como caminho para entender a natureza?
     Todos eles têm como objetivo a formulação de métodos para o entendimento dela e portanto são guiados pelas dúvidas acerca da mesma e a necessidade de respostas úteis . Mas útil nem sempre significaria correto. Um grande exemplo disso é  a física newtoniana que durante séculos foi parâmetro para o estudo do universo, mas foi substituída no século XXIX pela física quântica e a teoria da relatividade, que e já estão em vias de serem substituídas por uma nova teoria unificadora. O conhecimento não precisa ser uma verdade absoluta desde que tenha utilidade para o homem, da mesma maneira uma verdade absoluta que fosse inútil ou ininteligível não alteraria o nosso progresso.
     Mas, mesmo o que não é uma verdade, é encontrado na busca por ela, uma forma distante e perfeita que defina o objeto e o permita existir, como definiria Platão, a propriedade básica da matéria, como definiria Locke ou outros filósofos posteriores à Bacon, então a busca pela verdade é digna, o seu encontro é, quando possível, apenas uma consequência.
     Portanto, da mesma maneira que o que revolucionou a ciência foram métodos para se conhecer, o que a faz crescer é a quantidade de dúvidas que se tem acerca do mundo, e o quanto o ser humano é capaz de interpretar a natureza e torná-la útil à ele, e este mesmo conhecimento pode ser renovado a qualquer tempo. O que não é aceitável é o contentamento com o que já se conhece. Essa é a lógica da evolução humana.

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