O pensamento de Francis Bacon, exposto em seu livro “Novum Organum”, propõe que seja elaborado um novo método científico pautado na experiência. Pois Bacon acredita que a ciência tem de ser útil ao homem ao invés da concepção grega que toma a ciência, muitas vezes, como uma mera atividade para o desenvolvimento do intelecto. Deste modo, um leitor pouco atento, acreditaria que Bacon é um autor extremamente racional e crítico da metafísica clássica. Porém podemos tomar Bacon como um assassino da metafísica e influenciador direto do raciocínio que a ciência atual utiliza?
É certo que Bacon, rompe bastante com a metafísica grega ao longo de sua obra. Mostrando que a lógica aristotélica está muito mais próxima de ser considerada um tipo de arte do que ciência propriamente dita. E por isso ele é considerado o pai do empirismo. Todavia não podemos esquecer de resaltar que ele ainda é um filosofo metafísico. E, portanto, seu novo método ainda esta um pouco distante do da ciência contemporânea.
Isto ocorre, pois por mais que Bacon passe a sensação, ao longo de sua obra, de que seu método é o correspondente a “verdade” (ao “real”). Ele se esquece de que a sua concepção de “verdade” é ainda aquela bastante metafísica que fora dada pelos filósofos gregos. Pois seu novo método científico voltado para a experiência, utiliza a causalidade.
E graças à percepção do filosofo David Hume, a concepção de causalidade é transformada em uma crença que não, necessariamente, é lógica. Além disso, segundo Rudolf Carnap, enunciados como “real”, “verdadeiro” e “Deus”, muito utilizados no “Novum Organum” pertencem à classe de palavras sem sentido, isto é, palavras que carecem de ligação com quaisquer características empíricas. O que aproxima Bacon ainda mais da metafísica.
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