No começo, nada existia
Era o que eu pensava
Mas eu pensava
Logo, existia.
No começo, eu pisava sobre a rocha da verdade
Que se desfez como uma tempestade de incerteza
Em cuja a dúvida era parte essencial de sua natureza
E tendo a razão como minha guia
Livrei-me dos dogmas e da vaidade.
Então eu entendi
Que meus olhos não sabiam enxergar
Que com os ouvidos eu não aprendi a ouvir
E com as mãos, eu definitivamente não conseguia sentir
E logo me despi da minha sensibilidade, que fazia o mundo
tão mais belo
Tão mais fácil de entender.
O meu passado irracional
Pesado, bruto, apesar de superficial
Abandonei em uma pilha de Descartes.
Anos depois, sabendo o que sei
Que existo, e nada mais
Vejo homens voltando para trás
Medindo o mundo com suas réguas comuns
Construindo um conhecimento tão plano
Quanto a Terra em que vivem.
Aqueles que se valem da razão entoam:
“Isso não existe! Como pode haver tanta certeza
em um mundo onde a ciência tudo põe a prova?”
Pois lhes digo que existe
Já que os homens que andam de costas também pensam
Pensam que pensam.
Matheus Ferrete - 1ºAno de Direito - Noturno
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