Certa vez, Descartes disse-nos
que deveríamos questionar tudo aquilo que nos parecesse verdadeiro à primeira
vista, já que somos enganados por nossos próprios sentidos. Seguindo a mesma
linha de raciocínio, Francis Bacon relatou que os homens são dotados de ídolos que os levam a uma falsa percepção de mundo. Assim, ambos os filósofos buscaram mostrar
ao homem como sua percepção de mundo pode estar errada e corrompida por
preconceitos e interesses pessoais, além de apresentar-lhe métodos para
solucionar o problema.
Porém, ao analisarmos o passado
histórico e a realidade atual do povo negro, observamos que: apesar de séculos
terem se passado, o homem ainda não conseguiu evoluir até esse ponto. Tomado
pela facilidade “remar a favor da maré”, o homem não questiona comportamentos socialmente
aceitos, que na verdade não passam de comportamentos preconceituosos e
racistas, e que, ideologicamente, servem para manter a sociedade exatamente
como ela é, ou seja, servem apenas para evitar que ela sofra transformações que
prejudiquem aqueles que realmente detêm o poder.
Como um dos exemplos mais
explícitos, temos o estereótipo criado em torno do negro: pensa-se o negro como
um ser humano de classe baixa, desprovido de cultura e na maioria das vezes
criminoso. E o não questionamento desse estereótipo é capaz de criar inúmeras
injustiças, como é o caso da diferença do tratamento policial entre um cidadão
branco e um negro (observado nas tirinhas a baixo), além de ser capaz de manter
a marginalização social desse povo.
Assim, tendo como objetivo o bem comum e a igualdade entre os seres humanos, é necessário que o homem abdique a comodidade de aceitar tudo aquilo que lhe é imposto, e passe a questionar a realidade a sua volta e os ídolos existente nele. Só assim, a humanidade será capaz de formar uma sociedade igualitária e desprovida de injustiças.
Bianca Garbeloto Tafarelo (Direito - Matutino)
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