A sociedade
continua com suas ideias petrificadas na mente, seja na época de Descartes e
Bacon, seja hoje. O método criado por Descartes, o qual eleva o método, mesmo
que esse seja ainda orientado pela razão acaba por demonstrar que as falsas
ideias existentes são totalmente consumidas pela base teórica da metodologia.
Sendo capaz de
entrar e um conceito de Bacon: “antecipação da mente”, onde os conceitos já
estão fundamentados na mente daquele que utiliza a oratória ou o pensamento
comum social. Como grande exemplo temos a tirinha de Armandinho, a qual nos
gera desconforto por sua veracidade. A população negra não tem a ideia de
segurança que o senso comum tem, pois pelo contrário são os alvos da repressão da
segurança que a sociedade tem idealizada. Além disso, a “antecipação da mente”
na própria polícia que preconcebe a imagem de um meliante como sendo negro,
dessa forma a tirinha acaba por fragmentar-nos a consciência e razão
corriqueira que nos passa pela mente de igualdade e segurança a todos, levando-nos
a reflexão da experiência que Bacon afirma ser necessária para a formação do
pensamento.
Além desta
tirinha, a seguinte, sobre a nota fiscal pedida pelas crianças e na visão do
personagem branco ser algo inconcebível, novamente vemos a experiência se
sobrepondo apenas a razão, pois Camilo (negro) a possuía e apresenta-a da
maneira mais natural esboçada. Desta maneira representando mais um conceito:
“Vontade do mundo”, aquilo que apenas é, acima das vontades e desejos, das
emoções e até mesmo da razão, a vontade do mundo é algo além da simples
explicação. Esta então subjuga o negro a mostrar a nota fiscal para reafirmar
ser dono de um objeto que em tese não poderia ser. Deste modo a experiência se
mostra necessária e até mesmo separada do racional, mostrando que a metodologia
e o Novum Organum se complementam na
tentativa de analisar a sociedade e seu modelo de produção científico e
cultural.
Gabriel Luiz Gonçalves da Silva - direito matutino
Nenhum comentário:
Postar um comentário