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segunda-feira, 14 de maio de 2018

O caso do Pinheirinho na perspectiva de Weber


       Ocorreu em janeiro de 2012, em São José dos Campos, o episódio que ficou conhecido como Massacre do Pinheirinho, em que aproximadamente 6 mil pessoas foram retiradas de suas residências, após uma operação determinada judicialmente por uma liminar de reintegração de posse, favorável ao investidor Naji Nahas. O terreno, que não cumpria sua função social a anos, pertencia à massa falida do grupo Selecta, de Naji Nahas. O caso ficou conhecido como um massacre porque as pessoas que lá viviam, foram retiradas à força pela polícia militar, em uma verdadeira operação de guerra.
       Posteriormente à desocupação, foram feitas diversas denúncias de violência e desrespeito aos direitos humanos por parte da polícia militar, além de ser notável que, com essa decisão, o princípio da dignidade da pessoa humana foi tido como menos importante do que o princípio da propriedade de um terreno, que não estava sendo utilizado.
       A partir do caso do Pinheirinho podemos estabelecer relações com os estudos do sociólogo alemão Max Weber, como a questão de dominação, ou seja, o uso do poder legitimado e da vontade própria em uma relação social. Foi exatamente isso o que fez a empresa, que conseguiu a liminar para a desocupação utilizando o direito como instrumento de dominação.
       Com a desocupação e com o descaso com o princípio da dignidade da pessoa humana, pode-se exemplificar um outro aspecto dos estudos do Weber, o desencantamento do mundo, que impede o mundo de ser relacionado com as relações sociais e a emoção em nome da razão, da troca comercial e dos contratos.
       Portanto, levando em conta o que aconteceu no Pinheirinho, atualmente nos deparamos como uma sociedade com um direito que visa manter as garantias das classes dominantes em detrimento dos direitos e das condições igualitárias que as classes menos favorecidas merecem.

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