O Positivismo como influência para o meio social surgiu com
força em uma era conturbada. Além das inúmeras revoluções político-sociais,
ocorre neste momento a Revolução Industrial, que tem como substrato uma grande
diferenciação entre os Homens e a sua divisão aparente em classes sociais. Para
entender a mobilização de indivíduos nos movimentos sociais, Comte propõe uma
nova ciência que visa o controle desses movimentos, garantindo o progresso da
civilização e configurando o conhecimento moderno como sinônimo de domínio para
seus detentores.
Embora essa ciência se ocupe em obter o desenvolvimento e a
mudança, essa última não significa uma “Revolução verdadeira”, como veremos
mais adiante. O sentido da mudança obtida é puramente delimitado para a
manutenção das chamadas “Instituições” que regulam o convívio social e contém
as mobilizações sociais para garantir a Ordem vigente. Sem o ideal de Ordem, a
sociedade seria impossibilitada de progredir, vítima dos distúrbios causados
por esses movimentos, que afrontariam as Instituições e com isso quebrariam a
Estática, princípio fundamental que Comte desenvolve para a evolução da
sociedade.
A Estática é regulada pelas Instituições, sendo as últimas
formais ou não. O direito como instituição formal e a Moral como informal são
exemplos dos valores que o Positivismo prega como estáticos para a fluidez do
desenvolvimento. O rompimento das Instituições, causado pela vontade de
ascensão das classes subalternas (representação básica da fuga do lugar social)
configura a desordem, a quebra da Estática. Os lugares sociais dos indivíduos
são todos de igual importância para o positivismo (no contexto do corpo social
como um todo), embora exista uma certa hierarquização.
Para reforçar as Instituições e manter a sociedade livre dos
anseios populares das “Revoluções verdadeiras”, o Positivismo prega a negação
dos Desejos e ambições mais Intrínsecas do Homem para o bem da sociedade como
um todo. Nesse ponto, o Positivismo busca conformar o Homem de sua condição e
lhe imbuir o respeito às Instituições, pregando que os anseios de ascensão são
egoísmos do Homem. A meritocracia, por sua vez, embora não negue ao indivíduo a
possibilidade de troca de lugar social, só permite tal fato caso as
Instituições sejam respeitadas (Direito, Moral, Família), o que torna
virtualmente impossível a Dinâmica por parte das classes subalternas,
garantindo a manutenção da Estática e a consolidação do poder de uma classe
dominante pelo Darwinismo social. A manutenção das Instituições e a proteção de
suas estruturas dos movimentos populares buscam, em último grau, manter o
conformismo social e as Revoluções periódicas das classes dominantes, que
mantém a Estática e as Instituições aparentemente inabaláveis.
Turma Direito Diurno 1° Ano Matrícula: 181224763
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