Muitas acusações podem ser feitas
às ideias de Comte e seu positivismo. Esse termo, por si só, já é pejorativo
nos dias atuais. Apesar da sua derrocada como ideologia, não se pode negar seu
sucesso e acurácia como ciência, pois a Física Social do século XIX de Comte
continua ainda muito atual em nossos tempos contemporâneos e explica fenômenos
que vêm acontecendo nesse exato momento.
Comte estabelece a ordem como
fator principal para a obtenção do progresso, já que esse se torna algo natural
caso a primeira seja mantida. Além disso, também expõe que a desordem provoca
na população uma sensação de patologia que, por conseguinte, gera a impressão
da necessidade de “tratamento” para a “doença”. É essa impressão que alavanca
as alas conservadoras no Brasil e no mundo, neste momento de crises.
A apoteose da ascensão
conservadora no mundo está na eleição de Donald Trump para o cargo da
presidência dos Estados Unidos da América, utilizando-se do lema make America great again, que basicamente,
revela as intenções de restabelecer a ordem e assim, recuperar o progresso. A
saída do Reino Unido da União Europeia, a quase eleição de Marine Le Pen na
França, o projeto de construção de um muro na Hungria, a eleição de
representantes da extrema-direita pela primeira vez na Alemanha desde 1945
também tem um ponto em comum: são produtos do anseio da população em “curar a
patologia”, a desordem causada pela crise imigratória na Europa.
Por fim, vale ressaltar a
crescente popularidade de figuras conservadoras no Brasil, que nesse cenário de
crise econômica e de segurança pública, vêm conquistando apoio da população que,
aterrorizada pela crescente desordem no cenário nacional, recorre ao
conservadorismo – utilizando-o como um escudo contra os problemas do futuro
próximo – em uma atitude mais instintiva do que racional, que pode gerar
efeitos gravíssimos em uma possível eleição na qual se buscou mais um messias
do que um político competente.
Diego Sentanin Lino dos Santos, Turma XXXV - Matutino
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