O sistema acima resume toda a
filosofia proposta por Durkheim; mas, mais do que isso, a maneira como seu pensamento
é exposto, em forma de esquema, releva a maior característica de tal, seu
funcionalismo. Em sua teoria pode-se dizer que o pensador acaba por
sistematizar a sociedade, dando-lhe caraterística de uma máquina, de um
sistema, pois, para ele, cada coisa (fatos sociais) tem uma função sobre um fim
que é sempre relacionado a outro fato social, sendo a tarefa do fenômeno social
a manutenção da causa pela qual ele é derivado.
.
Para Durkheim a sociedade é uma
soma das consciências individuais, que perdem sua especificidade, cedendo lugar
á consciência coletiva, já que as concepções e pensamentos individuais tendem á
psicologia, e esta não é social – sendo assim, esta consciência individual não
pode explicar os fenômenos sociais. A associação feita dentro da sociedade vai
condicionar o funcionamento da vida social e, cada fato social, por sua vez, faz
parte de uma harmonia geral e esta harmonia geral deve ser mantida. A divisão dos trabalhos é um exemplo desse
condicionamento interno.
Em prol de manter esta harmonia,
são organizados vários “equipamentos” da sociedade, com as instituições na centralidade
de tais. As instituições garantem a execução das funções sociais e estão sempre
presentes, podendo modificar sua função sem que modifique sua aparência,
conforme a sociedade e o tempo; alguns exemplos de instituições são a Igreja,
as escolas, o próprio governo ou a moral. O poder coercitivo é muito
necessário, pois, um fato social acarreta, inevitavelmente, reação de outro - por exemplo: se um
crime ficar sem punição, a população se exaltará.
Esta sistematização configura a
maneira da sociedade se manter, pois ela é provida de certo extinto, de luta
pela vida, já que quase automaticamente ela vai se modificando e escolhendo
formas de agir, de acordo com sua sobrevivência - para se manter, fará o que é necessário.
Stephanie Bortolaso, Direito Noturno.
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