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quarta-feira, 30 de março de 2011

terça-feira, 29 de março de 2011

Escrito em 1637, o que tornou o Discurso do Método um texto clássico foi a apresentação que nele Descartes fez do método de raciocínio que utilizava na sua busca pelo conhecimento da verdade.

O "método" começa com o ceticismo (para superá-lo), duvidando de tudo que é então conhecido (pelo costume, pelo senso comum, pelos sentidos e pela autoridade), aceitando apenas aquilo que é indubitável. A partir dessa primeira verdade, progressivamente acumula novos conhecimentos, dos mais simples até os mais complexos e difíceis, fazendo uso, para isso, exclusivamente da razão.

Uma das coisas mais interessantes no texto é a forma inusitada, para mim, na qual ele foi escrito, em linguagem literária e não acadêmica. Descartes cria imagens e metáforas belas e as considerações que faz sobre a busca pelo conhecimento , a ciência, a relação entre corpo e mente e a razão acabam despertando mais interesse do que o método em si - nesse caso, talvez as inovações mais importantes presentes nele percam um pouco da vitalidade em uma cultura já tão influenciada pelo racionalismo e pelo progresso científico.

O matemático diz que todos homens são dotados de razão na mesma medida e que a diversidade de conclusões existente entre eles se deve apenas ao caminho percorrido por cada um na orientação de seu pensamento. Essa observação é importante, e se de fato existir uma forma de se proteger do erro e garantir a qualidade do raciocínio, e essa forma puder conduzir o pensamento de qualquer pessoa rumo uma conclusão eficaz, sem dúvida o estudo dela deve ser o campo de conhecimento primeiro e fundamental, e sem sua superação fica inviável a reflexão sobre qualquer outro assunto.

O racionalismo fundamenta a fé


Em sua obra, Discurso do Método, René Descartes inaugura o racionalismo e propõe, assim, uma maneira irreverente de conceber o conhecimento, se distanciando das formas anteriores a ele. Esse pensador teoriza um método para conhecer a realidade que não se deixa enganar ou influenciar por quaisquer pré noções ou explicações até então propostas, sejam elas religiosas, sobrenaturais ou tradicionais. Dessa forma, utiliza da dúvida para chegar à verdade, pois ao duvidar metodicamente de tudo, passaria a considerar como verdadeiro aquilo que não fosse possível duvidar. E é duvidando que Descartes chega à primeira verdade, a qual é uma das frases mais célebres do pensamento moderno, “Penso, logo existo”.

Ao seguir em frente com o seu raciocínio, Descartes considera que o conhecer é mais perfeito que duvidar, e que nós, seres humanos, somos seres que duvidam; portanto não somos totalmente perfeitos apesar de existirmos. E, então, chega a conclusão que, a meu ver, chocou e ainda choca vários pensadores céticos; a existência de uma entidade mais perfeita e superior a nós que nos concebeu, ou seja, Deus.

Acredito que essa afirmação, ou melhor, constatação gera polêmica, pois muitos pensadores acreditam que a crença na existência de Deus é falsa por não ter nenhum embasamento científico, mas Descartes por meio de um método extremamente racionalista conseguiu afirmá-la sem valer-se de explicações meramente teológicas. Penso que esse foi um grande feito do autor, pois ele conseguiu mostrar que razão e fé não se contradizem, mas, na verdade, se complementam.

Considerações Cartesianas, ou Fundamentais


A existência do império da razão e suas implicações caracterizam bem o método inovador proposto por René Descartes em sua obra Discurso do Método. Nela, ele expõe a origem, o desenvolvimento e a finalidade de seu método; porém, parece fazê-lo sem demagogia, não tendo intenção de impor o seu meio de pensamento para o leitor.


Essa postura racionalista (exemplificada pela sua célebre frase: cogito, ergo sum; ou seja, penso, logo existo) tem como fim a criação de um novo estilo de vida, sendo que somente as idéias indubitáveis habitariam a mente humana (isto é conseguido através do uso da dúvida hiperbólica, ou seja, o abandonamento de todo pensamento que possa ser questionado). Ademais, é constituinte de seu método a desconstrução de coisas complexas em outras de um grau de compreensão mais inteligível e, consequentemente, a sua reconstrução para sua total compreensão.


Dentre isso, é surpreendente como um indivíduo que aprendeu e se aprofundou em todas as disciplinas da escolástica (apesar de depois dispensá-las) conseguiu se dissociar sem maiores problemas dessa base intelectual e criar seu próprio método de construção, análise e interpretação de pensamentos. Também é notável que, apesar da extrema importância dada à razão por Descartes, ele defende a existência do primeiro-motor, ou seja, de Deus. Não há para ele, antagonismo entre Ciência e fé, sendo ambas provindas da Natureza.


Pode-se retirar da obra a importância de se estabelecer o seu próprio método de, simploriamente falando, se viver. Sendo influenciado drasticamente ou não por aspectos racionais, mas sempre buscando um caminho para se seguir com suas convicções e de existir em sua melhor forma possível.


O método de Descartes e a modernidade

Descartes apresenta em O Discurso do Método um modo de se alcançar o conhecimento baseado em uma conduto composta de regras, dentre as quais está a de que a verdade aparece sempre clara e distinta. Por isso seu grande apreço pela matemática, que teria a vantagem de apresentar-se claramente por elementos simples como números. Da intenção de estender a matemática para outras áreas do conhecimento nasce o plano cartesiano, que representa sua ambição em racionalizar tudo e fazer análises objetivas. Em seu estudo da verdade no mundo material, ele parte de uma primeira ideia:"Penso, logo existo", obtida do mais puro raciocínio lógico - todo pensamento é pensado por algo que existe, portanto o Eu é uma coisa pensante que tem seu correspondente fora da mente e é o ponto de partida do conhecimento. Essa primeira verdade resultante de procedimento metódico intelectual é uma firme base para a construção do conhecimento, já que não pode ser posta em dúvida justamente por aparecer clara e distintamente aos nossos olhos. O pensamento de Descartes serviu de base para o advento da modernidade na medida em que a busca pela verdade parte do próprio Homem sem se recorrer à verdade revelada e, para alcançá-la, haveria uma conduta de reflexão solitária marcada pela dúvida acerca de conclusões alcançadas sem o método, pelo objetivismo e pela lógica. Na modernidade, tudo deve ter uma base lógica e racional para ser crível, o que não tem é duvidoso; a subjetividade, por sua vez, perde espaço. Por outro lado, o trabalho científico ganha liberdade: é o Homem quem constrói o saber.

segunda-feira, 28 de março de 2011

O racionalismo cartesiano.

Em sua obra “O Discurso Sobre O Método”, de 1637, René Descartes discute o conhecimento e os meios de obtê-lo. No contexto do renascimento rompe com os padrões da Filosofia Clássica. Tendo por base o racionalismo, questiona a veracidade das coisas e as maneiras convencionais de alcançar a sabedoria. Opõe-se ao conhecimento transmitido pelo hábito e baseado em sentimentos, crendices populares ou misticismos.
 Propõe que para chegarmos a uma verdade, temos que questiona-la e explica-la baseados na razão, que é igualmente presente em todos os homens, deve-se para tanto privar-se de filosofias especulativas ou experimentalismos. Cita alguns princípios para alcançar a razão científica, como evitar precipitações e presunções, dividir ao máximo as dificuldades para melhor serem analisadas e iniciar o estudo por assuntos mais fáceis para atingir, gradativamente, os mais complexos. Tinha a ideia de que a ciência deveria ser um bem para os homens, sendo útil a vida cotidiana e ajudando o ser humano a domar e modificar a natureza.
Quanto a existência de Deus, Descartes tinha-a como verdade absoluta. Tenta provar a existência divina na noção de perfeição. Vê em Deus o último referencial do conhecimento.
Os escritos de Descartes foram de suma importância para o desenvolvimento científico humano, e deu bases a filosofia moderna.  Ao refletimos, nos dias de hoje, sua obra vemos a importância dessa noção inicial de separação de ciência e censo comum, que é por muitas vezes errôneo e retrógrado. Vemos também a importância da dúvida para o conhecimento.
Contudo, muitos discordam com seu método no que diz respeito a falta de experimentalismo inútil. Outra questão que a leitura nos remete é a da existência divina e da coexistência da ciência e da religião, que hoje, são vistas com certo antagonismo.

As raízes do rigor racionalista de Descartes

A partir do livro “Discurso sobre o método”, René Descartes revoluciona todos os campos do pensamento da época com o desenvolvimento do método cartesiano. Este método seria um instrumento, que bem manejado levaria o homem à verdade, colocando em dúvida tanto o mundo das coisas sensíveis quanto o das inteligíveis, ou seja, consiste em aceitar apenas aquilo que é irrefutável e consequentemente elimina todo o conhecimento inseguro ou sujeito a controvérsias.

O objetivo de Descartes era de abranger numa perspectiva de conjunto unitário, todos os problemas propostos na investigação científica, sendo que a evidência da própria existência traz uma primeira certeza. A razão seria a única coisa verdadeira da qual se deve partir para alcançar o conhecimento.

Com isso, a ciência, que até então se baseava em qualidades obscuras, a partir do século XVII, torna-se capaz de reduzir o universo a mecanismos mensuráveis, que a geometria pode explicar, eliminando qualquer influência com característica mitológica. Hoje, mesmo que sua visão de mundo apresente sérias limitações, o método que Descartes idealizou, ainda é muito útil na abordagem de problemas intelectuais, possibilitando uma notável clareza de pensamento, o qual proporciona questionamentos sobre a própria origem e visão de mundo.

Cesse tudo que a musa antiga canta

Descartes prega que para atingir a verdade deve-se, antes de tudo, duvidar. Duvidar de conceitos que surjam ou de conceitos pré-estabelecidos, mesmo que estes representem tradições tidas como verdadeiras.

Existem conceitos enraizados em nossa sociedade há muito tempo e que são passíveis de questionamentos. Alguns deles já têm deixado de existir, como por exemplo o de que o homem é um ser superior à mulher. Contudo, muitas pessoas ainda precisam duvidar de muitas "verdades", como nos provam as notícias relacionadas a racismo, homofobia, intolerância religiosa, xenofobia, entre outras.

Se considerarmos que adotando o método proposto por Descartes chegaremos à verdade absoluta, ainda precisamos duvidar mais e seguir no caminho da racionalidade buscando extirpar verdades relativas tão antigas e prejudiciais.

O legado cartesiano

Em tempos de conhecimentos sustentados por aspectos religiosos, místicos e mágicos, René Descartes, em Discurso do Método, evidencia a necessidade dos métodos científicos para a construção do conhecimento, só sendo possível alcançar conhecimento por meio da razão.

Para isso, o filósofo partiu do princípio da fragmentação de conceitos e ideias, com a intenção de atingir verdades primordiais que funcionassem como alicerce para outros pensamentos e verdades. Não satisfeito com os resultados desse pensamento, Descartes fez o oposto. Decidiu que deveria rejeitar tudo aquilo que pudesse propiciar a menor dúvida, com o intuito de ver se, depois disso, restaria algo que fosse completamente incontestável. Porém, diante de tantas indagações sem resposta, julgou todo esse incansável ato de pensar como a única certeza sólida e correta, criando então o seu primeiro princípio com a máxima: ‘’penso, logo existo’’.

Com isso, sempre pensando, Descartes criou o hábito da dúvida e passou a questionar ainda mais o mundo e as suas verdades, de forma que o conhecimento se deparava nos mais diversos labirintos. Refletindo daquilo que duvidava, percebeu que o conhecer era mais perfeito do que o duvidar e, se foi possível que chegasse à essa conclusão, concluiu que havia algo mais perfeito que possibilitou à ele tal conhecimento. Conhecimento esse, que só poderia ter sido colocado nas ideias do filósofo por uma natureza que fosse, de fato, perfeita. À essa natureza, Descartes denominou ‘’Deus’’.

E foi assim, defendendo a busca por conhecimentos sólidos embasados na razão e em conceitos concretos e, ao mesmo tempo, considerando uma natureza superior que orienta o nosso pensamento - Deus - que, de forma antagônica, o pensamento cartesiano sustentou suas ideias e proporcionou o advento da evolução da ciência e do homem.

Além disso, assim como Descartes se utilizou do pensamento socrático durante os seus questionamentos, ao negar tudo aquilo que pudesse propiciar dúvidas -‘’só sei que nada sei’’- é fundamental que o mundo contemporâneo se utilize do legado cartesiano, pois muitos dos entraves atuais poderiam ser trabalhados com os conceitos desse filósofo. Em época de tantas diferenças e heterogeneidades, da mesma forma que Descartes concluiu que a fé e a ciência não são opostos, mas se completam, os conflitos e as diferenças da atual conjuntura deveriam seguir essa mesma perspectiva, possibilitando o desenvolvimento não só da ciência, mas também das relações humanas.


"A velocidade é irrelevante quando se vai na direção errada"



Segundo René Descartes, “os que andam muito devagar podem avançar bem mais, se continuarem sempre pelo caminho reto, do que aqueles que correm e dele se afastam”. É assim, que o filósofo francês, conduz “O Discurso do Método”, orientado pela razão como forma de superar a superstição, a magia e a alquimia na construção do conhecimento.


Para compreender a fundo sua obra é indispensável levar em consideração o contexto histórico no qual ela foi escrita. Um período de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, onde a ciência e a razão ganhavam força em uma sociedade marcada pelo predomínio da Igreja e a exaltação da fé.


Acreditando ser a razão a única coisa que diferencia homens de animais, Descartes busca verdades e princípios de caráter absoluto e imutável dentro da ciência. Descrente do ensino tradicional, bem como da filosofia baseada na tradição clássica, o filósofo sugere um método quase matemático para conduzir o pensamento humano, acreditando ser este um alicerce firme para a construção de algo sólido. Assim, construir-se-ia tudo, do mais simples ao mais complexo, articulando todas as partes, de forma clara, embasada na razão.


Apesar de sua crítica ao ensino da época, exaltava a aprendizagem das línguas, pois as considerava necessárias ao entendimento dos livros antigos, que eram como conversações com as pessoas mais qualificadas dos outros séculos. Descartes reconhecia assim, a importância da leitura para estimular o espírito, fazer crescer, formar juízo de valor e estimular virtudes. Seu método trouxe inúmeros benefícios para a física, a matemática, e é claro para a filosofia.


Descartes criticava também o conhecimento sobrenatural e duvidava de tudo aquilo que era inculcado pelo hábito. Julgava a dúvida como o princípio fundamental do novo método científico. E em oposição aos outros filósofos, acreditava que a razão era superior aos sentidos na busca pelo conhecimento. Tendo por fundamento o princípio “penso, logo existo”, adotou a clareza como critério de verdade.


Em contraposição à busca do racionalismo como caminho para verdade, segundo Descartes Deus continuava sendo o referencial último do conhecimento, considerado um “ser perfeito”. Assim, caminhando devagar, mas no caminho reto, Descartes lançou as bases do racionalismo, sem romper com a fé cristã, tendo como explicação última do método científico uma fundamentação subjetiva, apoiada em Deus.

O Império do Saber

As idéias teocêntricas e antropocêntricas, comumente analisadas como opostos, formam, na verdade, um elo a partir do Discurso do Método de Descartes. O pensador propõe a soberania do saber, da ciência, do conhecimento, não rejeitando, todavia, a existência de um Deus perfeito.

Para que isso fosse possível, era preciso abolir os pensamentos supersticiosos e mágicos da época, como a Astrologia e a Alquimia. Afirmava que a razão científica era essencial, e que a sua verdade era obtida a partir das dúvidas dos seres humanos, o que alimentaria a sede pelo descobrimento de novos conhecimentos, e tornaria claro, assim, verdadeiro o que há, de fato, os cercando. Adicionalmente, era contrário ao pensamento filosófico, que julgava como verdade o que já havia sido percebido pelos sentidos, se opondo, assim, à existência de Deus.

De fato, Descartes trouxe à tona algumas das formas de percepção vistas até hoje, visto que grande parcela da população acredita fielmente na, hoje, chamada ciência, mas não se desapega à existência de um Deus, não perde a fé, e segue doutrinas religiosas.

Diante de tudo, uma conclusão (aos olhos de Descartes) pode ser tomada: a ciência e seus métodos de busca de conhecimento se fazem indispensáveis, e não podem ser influenciadas por conhecimentos alheios à clareza da verdade ou a crenças religiosas. Contudo, a existência da perfeição, ligada substancialmente a Deus, não deve ser contestada, apesar de os seres humanos tentarem alcançar, sempre, e até hoje, tal feito.

Descartes e seu Método

René Descartes é tido por muitos como o pai do Racionalismo e da Filosofia Moderna. Também matemático e físico, viveu numa época em que a fé era a base do conhecimento. Não satisfeito e descrente com a educação da época, desenvolveu um método próprio para se chegar às verdades que procurava. Partindo do princípio de que pela dúvida se alcançaria o conhecimento, através da razão, desenvolveu estudos em diversos campos que julgava essenciais à vida do homem.
Em seu Discurso do Método, René Descartes vai demonstrando como ia utilizando de forma prática e objetiva (matemática) o seu modo de buscar o conhecimento, através do raciocínio dedutivo. Partiu das dúvidas iniciais sobre a existência do homem e depois, de Deus. "Penso, logo existo" é uma frase célebre de seu trabalho. Marcou de maneira decisiva o caminho que a Ciência adotaria após sua morte.
Em seu trabalho é importante notar que apesar da constatação do homem como corpo e espírito, ele descarta o uso da emoção na concepção do conhecimento. Além disso, o seu método pode ser tido como oposto ao Empirismo, defendido por seu contemporâneo Francis Bacon e que se baseia no raciocínio indutivo. Isso nos leva a perceber que seu método pode fracasssar diante de algumas situações cotidianas. Inclusive o próprio Descartes nos previne em sua obra de que o seu método não é um modelo, que pode ter falhas e isso acaba o eximindo de culpa.
Por fim, embora haja muitas correntes que discutem a produção de conhecimento, o Método ainda hoje é amplamente difundido por conter ricas ideias sobre o bom senso, por exemplo, e sua contribuição para o desenvolvimento da Ciência, a qual denominamos Moderna, é consagrada na História do Homem.

domingo, 27 de março de 2011

A luz da modernidade

René Descartes, grande filósofo, matemático e físico do século XVI, norteia-nos, na obra “Discurso do Método”, a compreender a razão como uma forma eficaz e certa na busca pelo conhecimento. Em sua própria experiência, Descartes afirma que somente os estudos dos livros antigos não bastaram para chegar próximo da verdade, visou então se aventurar a conhecer outras culturas que lhe trariam outras visões e ampliariam as já existentes. O confronto que o novo trás pareceu ser para Descartes o combustível que guiaria o homem ao saber absoluto. Mas não era.

Posteriormente o pensador francês tomou a decisão de estudar a si próprio, o que rendeu os maiores resultados sobre a verdade que buscava. Nasce então o racionalismo, corrente filosófica que determina a razão como provedora da sabedoria. 
O método de Descartes consegue ainda explanar sobre Deus e afirma sua existência ao dizer que perfeições encontradas mostram claramente que nós, humanos, estamos sob o domínio de um ser mais perfeito. Deus, portanto, estaria provado em toda a demonstração de perfeição natural.
Sem se considerar um mestre, Descartes dedicou sua vida a estudos e a novas descobertas, corroborando sua afirmação de que o homem deveria ser útil à sociedade. Deixou um legado de pensamentos valiosos que iluminaram a modernidade e serviram de base para avanços filosóficos e matemáticos. 

Não sei, logo duvido. Duvido, logo sei.

René Descartes, influência e inspiração do pensamento ocidental moderno, foi o precursor de um pensamento inovador para sua época, na qual o mundo ainda estava sob forte domínio da Igreja e, por conseguinte, marcado pelo misticismo, pelas crenças e pelo subjetivismo. Rompeu com a exaltação da metafísica pregando a autoridade da razão como melhor condutora à verdade.
Um homem que muito conheceu, tanto por interesse próprio como por fruto das situações em que se envolvia mundo afora, não conseguiria mais acreditar em quaisquer afirmações que lhes fossem feitas, pois vira a diversidade de opiniões entre filósofos e as disparidades entre habitantes de diferentes países. Diante disso foi que surgiu-lhe o método cartesiano, que constitui-se essencialmente em duvidar de tudo, até chegar no que é inquestionável e irrefutável.
Tendo compartilhado essa sua ideia, Descartes acabou por influenciar muito no que posteriormente aconteceria com relação ao desenvolvimento de conhecimentos. Representou o estopim, ou pelo menos um fator de impulso para o pensamento em que a racionalidade é reinante; em que o objetivismo exclui as conclusões tiradas a partir de sensações e dogmatismos sem fundamentos provados e arraigados à metafísica.
Neste, temos as bases para o que hoje leva a humanidade a atribuir tamanha importância à Ciência e à necessidade de ter provas lógicas a respeito de tudo aquilo em que se deve acreditar. Isso inclusive pode ser percebido na medida em que até mesmo o conceito de Deus, que geralmente é associado à religião e à fé, o autor do Discurso intenciona explicar seguindo uma linha de raciocínio firmada em conclusões já provadas como verdadeiras.
Descartes é considerado o pai do racionalismo, e também pode ser considerado o pai do ceticismo, já que suas afirmações alicerçam, direta ou indiretamente, percebida ou despercebidamente, a necessidade do homem atual de ver, entender e ter evidências a respeito de tudo para só então, confirmar a sua veracidade.
Um silogismo um tanto paradoxal pode ser aplicado: é preciso desfazer-se de muitas (possíveis) verdades, para que, através de questionamentos, se encontrem (possivelmente) as verdades.

Cartesianismo na sociedade contemporânea

   René Descartes, em seu livro Discurso do Método , toma uma postura inovadora acerca da discussão do conhecimento afirmando a necessidade da ciência evoluir e romper com todas as explicações e doutrinas anteriores: é a ciência moderna.
   Para Descartes, todos os homens tem um mesmo bom senso, o que determina a diversidade de opiniões e níveis de conhecimento são os caminhos que dirigimos o nosso pensamento.Após estudar todos os assuntos uteis a vida, descobre que ainda é ignorante e cria um novo método para adquirir conhecimento e elevar sua sabedoria.Para o autor, mais valia buscar novos caminhos e criar novas teorias, visto que todas as doutrinas já escritas podem ser errôneas e a sociedade nos inculca hábitos e pensamentos errados apenas pelo costume.A sociedade contemporânea, apesar  de disponibilizar de diversos recursos para obter informações e conhecimento(internet, jornais, televisão) está acostumada com o tradicional e pouco se esforça, o que leva a formação de um conhecimento massificado; o método de Descartes é essencial para modificar essa situação, pois nele a verdade de tudo que existe é contestada, o que obrigada cada um analisar todas as informações e formar teorias próprias baseadas numa pesquisa incessante.A máxima "eu penso, logo existo" é o primeiro principio da filosofia de Descartes e foi formulada quando esse percebeu que era um ser cuja essencia consiste no pensar e não depende de coisas materiais, e que podia tirar a perfeição de si próprio , sendo apenas Deus o ser mais perfeito e superior que existe.É estranho para nós, hoje em dia, assimilar o fato de Descartes sendo um homem ligado as pesquisas e a ciência acreditar com tanta veemencia na existência concreta de Deus e em sua superioridade.
     O autor relata a necessidade de estudar e pesquisar apenas materias uteis, o que é praticamente impossível hoje visto que o ensino é voltado para a graduação; as pessoas se concentram-se em apenas uma área, e não estam dispostar a abandonar uma carreira profissional sólida para dedicarem-se a estudar para auxiliar os outros.
     Com essa nova postura diante do conhecimento, é o próprio homem que dá explicação sobre o universo a sua volta e esse fato o torna diferente.O homem utiliza o conhecimento para seu benefício e a partir disso constroi o próprio mundo.O método cartasiano é a racionalização de todos os planos e é inconscientemente utilizado por todos na vida cotidiana: quais atidudes tomar o que é bom, o que é vantajoso; tudo é profundamento analisado.Ao desvendar fragmentadamente toda a obra divina o homem domina todas as coisas e desvenda a si mesmo.
 Amanda Rufino Leite, 1º ano direito noturno.

Introdução ao pensamento filosófico moderno

René Descartes inova ao inventar um método para aprimorar a razão, ao começar a questionar tudo, inclusive a própria existência. Ele não pretende ensinar um jeito certo de fazê-lo, apenas apresenta o seu e nos ensina como o fez. No início, ele rejeita todas as afirmações que eram ditas certas ou erradas, para analisá-las e tentar entendê-las.
Começa a raciocinar se ele, e tudo o que está ao seu redor são reais. Conclui a sua existência, pois como ele disse: "Penso, logo existo". Depois disso questionou a própria perfeição, concluindo a inexistência dela por motivos como a não separação entre corpo e alma e nem era onisciente ou eterno . Então pensa em sua criação e no seu provável "criador", Deus.
O pensador francês visualiza um Deus perfeito, sem nenhum mínimo defeito ou qualidade negativa. Porém, Descartes não tenta provar a presença Dele, e sim diz que para haver a criação do homem, é necessário a perfeição do seu criador.

Do Idealismo ao Realismo

O Discurso do Método, publicado na França em 1637 por René Descartes, é considerada a principal obra de ruptura cultural que dá origem à Filosofia Moderna. O texto propõe um modelo sistemático para conduzir o pensamento humano, usando a matemática e o empirismo como bases concretas para se alcançar a verdade. O racionalismo é, para Descartes, a única forma de se combater a superstição, a magia e a alquimia, além de todo o conhecimento duvidoso transmitido pelo hábito.

Nos séculos seguintes, a difusão do pensamento racionalista fez com que a ciência se desenvolvesse de forma muito técnica e, hoje, como um reflexo da utilização indiscriminada de tal método e raciocínio, a nossa sociedade vê essencialmente tudo de forma quantitativa e não mais qualitativa. É devido ao excesso de racionalismo que até mesmo as relações sociais podem ser quantificadas e adaptadas para satisfazerem as necessidades humanas, se o termo ainda for cabível.

Certamente a contribuição do pensamento de Descartes foi enorme e, a partir de seu método, áreas como a medicina e a engenharia no geral são capazes de nos proporcionar uma maior qualidade de vida, bem como longevidade. Porém, ao aplicarmos o método racionalista em todos os aspectos da vida humana, deixamos de lado o romântico idealismo e assumimos o realismo absoluto, desencantando o mundo.

Racionalismo bidimensional e Paradoxo divino

René Descarte, em seu “Discurso do Método”, expõe seu racionalismo ao submeter todas as questões que regem a vida do homem à razão. Para tal, toma por princípio a dúvida, negando, portanto, todas as coisas até terem sua veracidade comprovada pela ciência.

A partir de seu método científico, foi criado o Plano Cartesiano – um sistema de coordenadas capaz de comparar todas as relações humanas através de dados. Porém, tal método seria capaz de considerar todas as implicações e sentimentos decorrentes dessas relações?

O olhar objetivo de Descartes não é o único modo de encarar os fatos do mundo. Tomemos como exemplo o número de divórcios nos últimos anos. Muitos diriam que esse número cresceu devido à menor pressão moral em pedir a separação legal do cônjuge do que na década passada. No entanto, cada caso é singular: adultério, infelicidade, contexto histórico, impulsividade ou monotonia... muitas são as razões para as quais um casamento pode vir a acabar e nem todas são aplicáveis aos eixos x e y.

Quanto a Deus, Descartes, inserido em um momento histórico ainda muito apegado à religião, defini-O como um ser perfeito e completo que deu ao homem o privilégio de pensar e desvendar todos os mistérios a fim de se equiparar a Ele. Quando conceitua Deus, Descartes parte de um princípio não comprovado por ciência alguma além de sua fé; aqui, portanto, há um dilema entre sua crença e seu “método”, que prega a dúvida e a desconfiança. Além disso, se o objetivo humano é a perfeição através da busca do “conhecimento através do conhecimento”, chegará uma hora em que não será necessário Deus, o homem seria auto-suficiente.

Quando o homem se considerar perfeito, porém, será uma prova de sua prepotência e de que muito falta para atingir o status celestial. A acumulação de conhecimento prova que as relações não são estáticas e que o objetivo humano é a insatisfação de nunca alcançar seu objetivo... Eis aí a ironia divina.

Nome: Jackeline Ferreira da Costa – 1º ano Direito Diurno

A Evolução do Racionalismo

A partir da leitura dos capítulos 1, 4 e 6 da obra de René Descartes (O Discurso do Método) não pude deixar de, primeiramente, admirar-me com a a clareza da defesa de seus pensamentos (questão relacionada a existência de Deus, por exemplo) e, posteriomente, notar as consequências desses para as ideologias hegemônicas do seculo XXI (o racionalismo extremo, "mutação" nociva do racionalismo inaugurado por Descartes na Idade Moderna, por exemplo) mesmo quatro séculos após a morte de seu criador.
Se, ao dissertar sobre o racionalismo, Descartes nos mostra que o homem deve, a medida que sua existência permitir, buscar o conhecimento, superando as dúvidas, seu aspecto imperfeito, direcionando-se à, impossível, perfeição ou conhecimento total (Deus), através da razão, esse pensamento não deve ser entendido como forma de o homem satisfazer sua vaidade intelectual e sim, de acordo com o exposto no sexto capítulo, como forma de proporcionar o bem de toda a humanidade: "...e principalmente, para a conservação da saúde, que é sem dúvida o primeiro bem e a base de todos os outros bens desta vida".
Partindo dessa reflexão é possível perceber que na realidade atual convivemos com um racionalismo de objetivos deturpados, no qual ao invés da busca pelo bem coletivo tem-se a busca pelo bem individual, possivelmente uma influência que o racionalismo sofreu do capitalismo, que trouxe consigo o consumismo, o narcisismo e o individualismo. Outra deturpação dessa ideologia, notada na sociedade atual, é a relação de arrogância estabelecida entre o homem e a natureza, se Descartes disse que devemos "nos tornar como senhores e possuidores da natureza" deve-se entender a sentença como objetivo final do racionalismo, objetivo esse que o homem atual está longe de alcançar, pois ainda tem muito o que aprender. Portanto antes de buscar a dominção da natureza a humanidade deve procurar compreender mais sobre o quanto depende e é mais fraco que ela (número de mortes resultado de tragédias naturais como os atuais terremotos no Japão são provas do fracasso dessa relação de arrogância estabelecida entre homem e natureza).

Desvendar o mundo cartesianamente

O desvendamento do mundo se sustenta sob dois aspectos principais: necessidade e curiosidade. Ambos se voltam para a busca da verdade, sobre a qual a sociedade passa a se apoiar. Resta saber se as bases estabelecidas são firmes e seguras. Pautando a análise nos preceitos cartesianos, a solidez de tal suporte é regulada pelo bom uso da razão, que nada mais é do que a capacidade de bem julgar e de discernir o verdadeiro do falso. Ser humano já implica possuir razão, mas não a capacidade de bem conduzi-la, que determina o alcance do conhecimento verdadeiro, a base de fato firme e segura. Seguindo a lógica cartesiana, há uma sequência lógica de comandos para a constituição de uma base confiável sobre a qual a sociedade deve se apoiar.São eles: Abandone. Assegure. Duvide. Analise. Sintetize. Revise. E então conheça. Só se é possível, portanto, desvendar o mundo, se se eliminar o passado superticioso, duvidar do que foi colocado como verdade, organizar e direcionar o pensamento e assim, permitir que a ciência se apóie em alicerces firmes.

A incompletude cartesiana

Em sua obra “Discurso do método”, René Descartes propõe uma nova base metodológica que viria a sustentar as estruturas da dita “ciência moderna”. Através do racionalismo, muitos mitos responsáveis pela explicação do mundo são rejeitados, além de haver evidente quebra de paradigmas alçados no bom senso humano.

Entretanto, é possível presenciar certas lacunas em tal pensamento, a começar pela fragilidade de um construir científico que desconsidera a experimentação. A crença cartesiana no possível engano dos sentidos reduz a razão a um mero jogo metafísico, permitindo a validade absoluta de questões inconclusivas.

Dessa forma, pode-se reconhecer que a ciência praticada nos dias atuais não é a mesma verificada nos postulados de Descartes, cujo teor é mormente filosófico.

A despeito da incompletude da obra, seu caráter revolucionário certamente não deve ser ignorado, pois permitiu uma total mudança no pensar ocidental a ponto de influenciar nossas decisões até hoje.

O método para a conquista do saber

No livro "Discurso sobre o Método", o autor René Descartes, expõe sua preocupação em relação às verdades consideradas em sua época. Revoluciona ao explicar a ciencia através do racionalismo matemático, para que assim possa se chegar à uma verdade mensuravel e explicada. Antes dele, se baseavam em verdades obscuras e duvidosas, que muitas das vezes eram influenciadas e justificadas por meio da mitologia, superstição ou até pela magia. Para a conquista da verdade, deve-se antes pesquisar muito acerca do que se pretende revelar. Descartes explica que não se deve aceitar como verdadeiro nada antes do conhecimento prévio. Acredita também que examinando as dificuldades e as dividindo em parcelas menores, possa assim estudar a fundo para assim melhor as resolver. Ordenando os pensamentos em uma ordem que vai dos mais símples até aqueles mais complexos, racionaliza assim até a forma de pesquisa cientifica. O recenseamento e a revisão sao essenciais para a certificação daquilo que se estuda. Ao se estudar essa obra de Descartes, percebemos que o autor incita a um ceticismo quanto a tudo que nos é revelado como verdadeiro. Essa dúvida metódica é essencial para o raciocínio e questionamento da vida e da ciência, pois os sentidos e as idéias não são sempre certas e também não nos leva ao entendimento da realidade. O cartesianismo pode assim abrir caminho para o ser humano entender melhor a natureza e assim dominá-la.

A controversa coexistência entre ciência e religião

Mergulhado no contexto renascentista, René Descartes inaugura o racionalismo ao publicar O Discurso do Método. O livro propõe o rompimento entre ciência e especulações. O conhecimento a partir de então deveria ter bases sólidas e a razão torna-se indispensável para explicar a realidade.

Utilizar-se da razão em detrimento das experiências e das imaterialidades não significa, porém, negar a existência de Deus, aquele ser capaz de legitimar os conceitos de perfeição e infinitude.

Surge, portanto, a grande contradição da obra de Descartes que ainda manifesta-se nos dias atuais. É possível a coexistência de ciência e religião? O fortalecimento do uso da razão deveria fazer cair por terra a crença em um ser misterioso e volátil que só se explica por uma subjetividade tão grande chamada fé?

A contrariedade de O Discurso do Método poderia explicar-se pelo momento histórico de transição da Idade Média para a Idade Moderna, período em que o poderio e a influência da Igreja Católica eram ainda demasiadamente fortes. Porém de lá para cá tantos avanços científicos e descobertas efetivaram-se e ainda assim as religiões arrebatam uma quantidade grande de fiéis.

Creio que, hoje, a explicação mais plausível para a busca do poder divino esteja na necessidade que os homens encontram em dar sentido às suas vidas.

O Fundador da Filosofia Moderna

Ao exaltar a racionalidade como meio de encontrar a verdade, René Descartes inaugura uma nova forma de pensar a filosofia, a qual ainda influencia-nos contemporaneamente. Apresentou pensamentos e métodos revolucionários para a época na qual viveu, entretanto não trouxe conclusões e raciocínios totalmente livres da fé em um ser supremo e perfeito, segundo ele, Deus.
Para formular suas verdades, Descartes renegou toda e qualquer afirmação que aceitasse dúvidas para em seguida construir suas verdades incontestáveis, embasando-se na regra geral de que “as coisas que concebemos muito clara e distintamente são todas verdadeiras.” Assim Descartes chega em seu primeiro princípio: “penso, logo existo”.
Contudo, sentimos em seu modo de pensar uma dependência constante da fé em Deus, uma vez que para ele o nosso raciocínio, ferramenta tão sublime e essencial, é fruto de um ser maior. Segundo o filosofo, nós, seres humanos somos imperfeitos, não possuímos todas as verdades e temos a consciência disso. Com base nessa constatação, Descartes afirma que deve existir um ser superior, que ao contrario de nós, não apresenta nenhuma imperfeição sendo também detentor de todas as verdades.
Descartes então, não pode ser visto como uma ruptura do pensamento medieval nem como uma continuidade deste. Mesmo sendo um homem de fé, como é facilmente observado em sua obra, o autor busca utilizar-se exclusivamente da razão como método conciso de análise. Porém, também é inegável a presença da crença em um ser desconhecido e perfeito, Deus.
A ciência moderna, mesmo apresentando tantos progressos e descobertas não conseguiu anular o raciocínio cartesiano e suas conclusões, como também não conseguiu descartar a existência provada racionalmente pelo filósofo de Deus. Vivemos, ainda hoje a mesma controvérsia vivida no tempo de Descartes, no qual as crenças religiosas esbarram na ciência e a ciência tenta anular a fé da Igreja. Após tanto tempo, o raciocínio apresentado por Descartes continua atual e inconteste sendo polemicamente uma junção da ciência e da fé.

A razão como guia do pensar

René Descartes, no livro Discurso do Método, nos mostra a sua maneira de pensar e de ordenar este pensamento. Guiado pela razão, o pensar deve estar liberto da filosofia expeculativa, da imaginação, dos sentidos. Pois a razão ou o bom senso nos permite "poder de julgar de forma correta e discernir entre o verdadeiro e o falso". Este pensamento racionalizado tem por objetivo ser útil ao homem, ou seja, que a ciência envolvida neste pensamento seja algo concreto, com bases sólidas e que sirva a vida humana. A magia e a superstição não existe, por isso não são úteis, não levam a lugar algum. Descartes coloca Deus como um Ser Perfeito e conhecedor de toda a verdade. Nós, sendo inferiores a ele, portanto imperfeitos, temos a necessidade de buscar essa verdade. E podemos alcançá-la, já que viemos deste Ser superior. Mas como? Voltamos a ideia inicial para responder essa questão. É através da razão. Se racionalizarmos nosso pensamento, descontruindo o todo e analizando suas partes guiados sempre pela razão, somos capazes compreender verdadeiramente a mecânica universal, chegando aos poucos, perto dessa plenitude divida, ou seja, perto da verdade. Lembrando sempre, que se cairmos nos sentimentos e no imaginário, o risco é de nos aproximarmos do falso e do inconclusivo. Com a frase "penso, logo existo", René deixa para um mundo um ensinamento imortal. A capacidade de pensar é "a única coisa que nos torna homens e nos diferencia dos animais", e portanto deve ser para todos nós como uma mola propulsora para sempre estarmos correndo atrás do conhecimento. Atualmente, nota-se uma certa acomodação do pensar. Com surgimento da tecnologia, o acesso ao conhecimento existente é muito fácil e ágil, e corre-se o risco de nos contentarmos com isso e não buscar novas verdades, novas experiências, novas dúvidas. E se isso acontecer deixaremos de existir, já que deixaremos de pensar. Logo, o homem não pode perder essa racionalidade, como guiadora do pensamento e como guiadora da ciência. Ana Beatriz Taveira Bachur 1º ano diurno

Bases do pensamento científico moderno


Em sua obra o Discurso do Método, René Descartes faz reflexões acerca do modo de pensar até então existente, critica o método científico orientado pela superstição, pelo mágico, pelos sentidos e pela alquimia, dizendo que “nada de sólido se pudia construir sobre alicerces tão pouco firmes”. Dessa forma, a dúvida torna-se o princípio fundamental do novo método científico, pois desconfiando do que lhe havia sido transmitido pelos hábitos e tradições ele pôde buscar a verdade pura e simples, utilizando para isso a razão e a clareza.


Nesse sentido, ele propõe alguns princípios básicos da razão científica, tais como iniciar os pensamentos a partir dos objetos mais simples em direção aos mais complexos, realizar revisões para ter a certeza de nada omitir, nunca aceitar algo como verdadeiro antes de conhecê-lo cuidadosamente e repartir as análises em parcelas para facilitar seu estudo.


Ademais, Descartes tinha em mente que a ciência deveria ser voltada para o bem do homem, deixando de lado aquela filosofia especulativa baseada na tradição clássica, a qual ele se mostra decepcionado e descrente, para buscar conhecimentos úteis a vida prática, afim de transformar e dominar a natureza.


Por fim, o filósofo conclui que não somos totalmente perfeitos, e assim deveria necessariamente haver algum outro ser mais perfeito, do qual nós dependêssemos e de quem tivéssemos recebido tudo o que possuímos, ou seja, conclui que Deus existe e que continua sendo o último referencial de conhecimento.

Assim sendo, podemos dizer que Descartes quebrou os paradigmas de sua época, revolucionou o modo de pensar em ciência, dando as bases para o pensamento científico do homem moderno.

Desde a dúvida até a verdade

Partindo da investigação, instigada pela desconfiança, de fatos tidos como verdadeiros é que Descartes elabora a obra “O Discurso do Método”. Almejando encontrar o que realmente é ciência, portanto, verdade, o autor traça um caminho sistemático a fim de desvendar os erros cometidos pela aceitação de hábitos ou pressupostos.

Este novo caminho é denominado “método” e consiste em executar ações em determinada ordem visando suprimir lacunas ou solucionar dúvidas relacionadas ao objeto estudado. Entre essas ações encontra-se em primeiro plano a recusa de algo considerado verdadeiro sem ciência total desta condição, isto é, a suposição de que tudo pode não ser verdadeiro até que fique evidente, pela razão, sua veracidade. Em seguida, é proposta uma fragmentação do que surgir como “não confiável” a fim de esclarecer tal problema. Após esta divisão é feito um estudo racional dos pensamentos, iniciando-se pelo mais simples a fim de atingir um raciocínio mais complexo. Então, checa-se o caminho percorrido, metodicamente, para certificar-se de que alcançou a verdade.

Ao relacionar esta obra com a atualidade é notória a utilização de sua essência em diversos âmbitos, desde trabalhos científicos, conforme proposto por Descartes, passando por parte do modelo de assimilação de conteúdo no processo de educação, até a aplicação em rotinas produtivas. Assim, a valorização da razão somado ao processo de conhecimento e ao método de Descartes resulta na condução do pensamento humano de maneira a alcançar as verdades de fato. Isto é, iniciando pela busca clara da verdade são esclarecidas as dúvidas e lacunas durante o processo sistemático, denominado “método”.

O verdadeiro conhecimento

 
    Descartes em sua obra "Discurso do Método" discorre sobre assuntos relacionados ao conhecimento da verdade.Em seu texto ele duvida de várias formas de aprendizado, desconfia do conhecimento transmitido pelo hábito e até da filosofia,pois não considera seus alicerces sólidos o suficiente para sustentar o verdadeiro conhecimento.
    O filósofo defende que no lugar da filosofia especulativa,ensinada nas escolas, o conhecimento dos elementos da natureza deveriam ser aprofundados pois assim seria possível usufruir de seus frutos para o benefício da humanidade. Assim ele nos mostra a ciência como um canal para o bem do homem.
    Ao Refletir sobre o que realmente existe, Descartes conclui que o fato de ele pensar em duvidar da verdade das outras coisas faz com que sua existência seja verdadeira, afinal, se ele pensa ele existe.
Outra conclusão a que o filósofo chega é a existência de Deus, pois se ele consegue definir imperfeições alheias e de si mesmo é porque conhece a  existência de um ser dotado de perfeição absoluta, pois só com esse conhecimento ele saberia as perfeições que lhe faltam. Além do que , ele não admite o fato de toda a verdade, perfeição e até imperfeições originarem do nada, sendo assim a ideia de um Ser Perfeito é indispensável.
   No relato de uma de suas ideias, vê-se a preocupação do autor, que falta aos homens do tempo presente, com o futuro. Segundo ele, nossos cuidados devem se estender para mais longe que o tempo presente. Se o homem atual conseguisse entender a importância de tal atitude difundida por Descartes, o mundo estaria em melhores mãos.
   Com estas e outras divulgações em sua obra creio que o filósofo cumpre um dos que era seu maior propósito: colaborar com as ideias de seus leitores após a sua morte. Em sua obra encontramos curiosidade, interesse e cuidados que faltam a grande parte dos homens do mundo atual. Termino a relatação de sua obra citando uma de suas frases, a qual deveria ser incorporada às nossas ideias e objetivos, principalmente no âmbito profissional: "(...)é propriamente nada valer e não ser útil a ninguém.(...)".

Razão, dúvida e verdade

Descartes inicia sua obra discorrendo sobre a razão. Segundo ele "bom senso ou razão, é igual em todos os homens" e que a diversidade de opiniões que surgem sobre um fato é devido às diferentes linhas de pensamentos seguidas e pelas diversas considerações. É, também, a razão que nos diferencia dos demais animais, visto que o homem é o único animal racional. A partir dessa razão ele cria um método que tem por objetivo aumentar gradativamente seu conhecimento, elevando-o ao mais alto nível. Após terminar seus primeiros estudos, Descartes decepciona-se com o método de ensino tradicional, pois mesmo formado ainda tinha muitas dúvidas e diz ter descoberto cada vez mais sua ignorância. O que deixa claro sua humildade e sua sede por conhecimento. É devido às suas dúvidas e desejo de diferenciar o verdadeiro do falso que Descartes propõe a dúvida como critério de avaliação sobre diversos assuntos, dizendo que é preciso "rejeitar como totalmente falso tudo aquilo em que pudesse supor a menor dúvida" e ele também conclui que todas as coisas que concebemos claramente e distintamente podem ser tomadas como verdadeiras. E assim concebe a máxima: eu penso, logo existo, tomando-a como seu primeiro princípio. Afirma que o homem é "uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de lugar algum, nem depende de qualquer coisa material." Descartes acredita na existência de Deus e diz que ainda e Ele é um ser perfeito e tudo que existe em nós se origina dele, apesar dos inúmeros defeitos que o ser humano possui. Para reforçar sua afirmação ele sustenta que se não soubéssemos que tudo que existe em nós provém de um ser perfeito, não teríramos razão alguma que nos garantisse que elas possem a perfeição de serem verdadeiras. Na sexta parte da obra em questão, Descartes aponta a ciência como meio de dominar e transformar a natureza em prol da sociedade, buscando o bem geral de todos os homens. Diz ainda que é a comunicação entre os cientistas e público é essencial para a evolução do conhecimento, pois somando os trabalhos pode-se ir muito mais longe do que poderia ir cada um em particular. Observa-se também o receio de publicar suas obras devido à oposição da Igreja, contudo o autor vê utilidade nessas oposições, uma vez que elas mostrariam outra opinião, fazendo com que ele pudesse reavaliar sua obra, sendo crítico de si mesmo, o que mostra que ele tem conciência de suas falhas. Pautado pela análise racional, partindo do princípio de duvidar para, então, certificar-se se o assunto em questão é então verdadeiro ou não resume o método de Descartes.

Razão: Sentido Obrigatório

O Discurso do Método, de René Descartes, propõe um modelo quase matemático para conduzir o pensamento humano, uma vez que a matemática tem por característica a certeza, a ausência de dúvidas. Segundo o próprio Descartes, parte da inspiração de seu método deveu-se a três sonhos ocorridos nos quais lhe havia ocorrido “a idéia de um método universal para encontrar a verdade.”

Em toda a obra permeia a autoridade da razão, conceito banal para o homem moderno, mas um tanto novo para o homem medieval (muito mais acostumado à autoridade eclesiástica). A autoridade dos sentidos (ou seja, as percepções do mundo) também é particularmente rejeitada; o conhecimento significativo, segundo o tratado, só pode ser atingido pela razão, abstraindo-se a distração dos sentidos. Uma das mais conhecidas frases do Discurso é Je pense, donc je suis (citada frequentemente em latim, cogito ergo sum; penso, logo existo): o ato de duvidar como indubitável, e as evidências de “pensar” e “existir” ligadas. Além dessa conclusão, Descartes também prova a existência de Deus, especifica critérios para a boa condução da razão e faz algumas demonstrações.

O Método, em seu aspecto de dividir, ordenar e classificar, é a base de muitos conceitos científicos que vieram a ser desenvolvidos nos anos subseqüentes, de grande importância para a humanidade: o sistema de coordenadas cartesiano, o cálculo, a geometria analítica e a disposição estatística em histogramas.