Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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quarta-feira, 30 de março de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
O racionalismo fundamenta a fé
Em sua obra, Discurso do Método, René Descartes inaugura o racionalismo e propõe, assim, uma maneira irreverente de conceber o conhecimento, se distanciando das formas anteriores a ele. Esse pensador teoriza um método para conhecer a realidade que não se deixa enganar ou influenciar por quaisquer pré noções ou explicações até então propostas, sejam elas religiosas, sobrenaturais ou tradicionais. Dessa forma, utiliza da dúvida para chegar à verdade, pois ao duvidar metodicamente de tudo, passaria a considerar como verdadeiro aquilo que não fosse possível duvidar. E é duvidando que Descartes chega à primeira verdade, a qual é uma das frases mais célebres do pensamento moderno, “Penso, logo existo”.
Ao seguir em frente com o seu raciocínio, Descartes considera que o conhecer é mais perfeito que duvidar, e que nós, seres humanos, somos seres que duvidam; portanto não somos totalmente perfeitos apesar de existirmos. E, então, chega a conclusão que, a meu ver, chocou e ainda choca vários pensadores céticos; a existência de uma entidade mais perfeita e superior a nós que nos concebeu, ou seja, Deus.
Acredito que essa afirmação, ou melhor, constatação gera polêmica, pois muitos pensadores acreditam que a crença na existência de Deus é falsa por não ter nenhum embasamento científico, mas Descartes por meio de um método extremamente racionalista conseguiu afirmá-la sem valer-se de explicações meramente teológicas. Penso que esse foi um grande feito do autor, pois ele conseguiu mostrar que razão e fé não se contradizem, mas, na verdade, se complementam.
Considerações Cartesianas, ou Fundamentais
A existência do império da razão e suas implicações caracterizam bem o método inovador proposto por René Descartes em sua obra Discurso do Método. Nela, ele expõe a origem, o desenvolvimento e a finalidade de seu método; porém, parece fazê-lo sem demagogia, não tendo intenção de impor o seu meio de pensamento para o leitor.
Essa postura racionalista (exemplificada pela sua célebre frase: cogito, ergo sum; ou seja, penso, logo existo) tem como fim a criação de um novo estilo de vida, sendo que somente as idéias indubitáveis habitariam a mente humana (isto é conseguido através do uso da dúvida hiperbólica, ou seja, o abandonamento de todo pensamento que possa ser questionado). Ademais, é constituinte de seu método a desconstrução de coisas complexas em outras de um grau de compreensão mais inteligível e, consequentemente, a sua reconstrução para sua total compreensão.
Dentre isso, é surpreendente como um indivíduo que aprendeu e se aprofundou em todas as disciplinas da escolástica (apesar de depois dispensá-las) conseguiu se dissociar sem maiores problemas dessa base intelectual e criar seu próprio método de construção, análise e interpretação de pensamentos. Também é notável que, apesar da extrema importância dada à razão por Descartes, ele defende a existência do primeiro-motor, ou seja, de Deus. Não há para ele, antagonismo entre Ciência e fé, sendo ambas provindas da Natureza.
Pode-se retirar da obra a importância de se estabelecer o seu próprio método de, simploriamente falando, se viver. Sendo influenciado drasticamente ou não por aspectos racionais, mas sempre buscando um caminho para se seguir com suas convicções e de existir em sua melhor forma possível.
O método de Descartes e a modernidade
segunda-feira, 28 de março de 2011
O racionalismo cartesiano.
As raízes do rigor racionalista de Descartes
O objetivo de Descartes era de abranger numa perspectiva de conjunto unitário, todos os problemas propostos na investigação científica, sendo que a evidência da própria existência traz uma primeira certeza. A razão seria a única coisa verdadeira da qual se deve partir para alcançar o conhecimento.
Com isso, a ciência, que até então se baseava em qualidades obscuras, a partir do século XVII, torna-se capaz de reduzir o universo a mecanismos mensuráveis, que a geometria pode explicar, eliminando qualquer influência com característica mitológica. Hoje, mesmo que sua visão de mundo apresente sérias limitações, o método que Descartes idealizou, ainda é muito útil na abordagem de problemas intelectuais, possibilitando uma notável clareza de pensamento, o qual proporciona questionamentos sobre a própria origem e visão de mundo.
Cesse tudo que a musa antiga canta
O legado cartesiano
Em tempos de conhecimentos sustentados por aspectos religiosos, místicos e mágicos, René Descartes, em Discurso do Método, evidencia a necessidade dos métodos científicos para a construção do conhecimento, só sendo possível alcançar conhecimento por meio da razão.
Para isso, o filósofo partiu do princípio da fragmentação de conceitos e ideias, com a intenção de atingir verdades primordiais que funcionassem como alicerce para outros pensamentos e verdades. Não satisfeito com os resultados desse pensamento, Descartes fez o oposto. Decidiu que deveria rejeitar tudo aquilo que pudesse propiciar a menor dúvida, com o intuito de ver se, depois disso, restaria algo que fosse completamente incontestável. Porém, diante de tantas indagações sem resposta, julgou todo esse incansável ato de pensar como a única certeza sólida e correta, criando então o seu primeiro princípio com a máxima: ‘’penso, logo existo’’.
Com isso, sempre pensando, Descartes criou o hábito da dúvida e passou a questionar ainda mais o mundo e as suas verdades, de forma que o conhecimento se deparava nos mais diversos labirintos. Refletindo daquilo que duvidava, percebeu que o conhecer era mais perfeito do que o duvidar e, se foi possível que chegasse à essa conclusão, concluiu que havia algo mais perfeito que possibilitou à ele tal conhecimento. Conhecimento esse, que só poderia ter sido colocado nas ideias do filósofo por uma natureza que fosse, de fato, perfeita. À essa natureza, Descartes denominou ‘’Deus’’.
E foi assim, defendendo a busca por conhecimentos sólidos embasados na razão e em conceitos concretos e, ao mesmo tempo, considerando uma natureza superior que orienta o nosso pensamento - Deus - que, de forma antagônica, o pensamento cartesiano sustentou suas ideias e proporcionou o advento da evolução da ciência e do homem.
Além disso, assim como Descartes se utilizou do pensamento socrático durante os seus questionamentos, ao negar tudo aquilo que pudesse propiciar dúvidas -‘’só sei que nada sei’’- é fundamental que o mundo contemporâneo se utilize do legado cartesiano, pois muitos dos entraves atuais poderiam ser trabalhados com os conceitos desse filósofo. Em época de tantas diferenças e heterogeneidades, da mesma forma que Descartes concluiu que a fé e a ciência não são opostos, mas se completam, os conflitos e as diferenças da atual conjuntura deveriam seguir essa mesma perspectiva, possibilitando o desenvolvimento não só da ciência, mas também das relações humanas.
"A velocidade é irrelevante quando se vai na direção errada"
Segundo René Descartes, “os que andam muito devagar podem avançar bem mais, se continuarem sempre pelo caminho reto, do que aqueles que correm e dele se afastam”. É assim, que o filósofo francês, conduz “O Discurso do Método”, orientado pela razão como forma de superar a superstição, a magia e a alquimia na construção do conhecimento.
Para compreender a fundo sua obra é indispensável levar em consideração o contexto histórico no qual ela foi escrita. Um período de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, onde a ciência e a razão ganhavam força em uma sociedade marcada pelo predomínio da Igreja e a exaltação da fé.
Acreditando ser a razão a única coisa que diferencia homens de animais, Descartes busca verdades e princípios de caráter absoluto e imutável dentro da ciência. Descrente do ensino tradicional, bem como da filosofia baseada na tradição clássica, o filósofo sugere um método quase matemático para conduzir o pensamento humano, acreditando ser este um alicerce firme para a construção de algo sólido. Assim, construir-se-ia tudo, do mais simples ao mais complexo, articulando todas as partes, de forma clara, embasada na razão.
Apesar de sua crítica ao ensino da época, exaltava a aprendizagem das línguas, pois as considerava necessárias ao entendimento dos livros antigos, que eram como conversações com as pessoas mais qualificadas dos outros séculos. Descartes reconhecia assim, a importância da leitura para estimular o espírito, fazer crescer, formar juízo de valor e estimular virtudes. Seu método trouxe inúmeros benefícios para a física, a matemática, e é claro para a filosofia.
Descartes criticava também o conhecimento sobrenatural e duvidava de tudo aquilo que era inculcado pelo hábito. Julgava a dúvida como o princípio fundamental do novo método científico. E em oposição aos outros filósofos, acreditava que a razão era superior aos sentidos na busca pelo conhecimento. Tendo por fundamento o princípio “penso, logo existo”, adotou a clareza como critério de verdade.
Em contraposição à busca do racionalismo como caminho para verdade, segundo Descartes Deus continuava sendo o referencial último do conhecimento, considerado um “ser perfeito”. Assim, caminhando devagar, mas no caminho reto, Descartes lançou as bases do racionalismo, sem romper com a fé cristã, tendo como explicação última do método científico uma fundamentação subjetiva, apoiada em Deus.
O Império do Saber
As idéias teocêntricas e antropocêntricas, comumente analisadas como opostos, formam, na verdade, um elo a partir do Discurso do Método de Descartes. O pensador propõe a soberania do saber, da ciência, do conhecimento, não rejeitando, todavia, a existência de um Deus perfeito.
Para que isso fosse possível, era preciso abolir os pensamentos supersticiosos e mágicos da época, como a Astrologia e a Alquimia. Afirmava que a razão científica era essencial, e que a sua verdade era obtida a partir das dúvidas dos seres humanos, o que alimentaria a sede pelo descobrimento de novos conhecimentos, e tornaria claro, assim, verdadeiro o que há, de fato, os cercando. Adicionalmente, era contrário ao pensamento filosófico, que julgava como verdade o que já havia sido percebido pelos sentidos, se opondo, assim, à existência de Deus.
De fato, Descartes trouxe à tona algumas das formas de percepção vistas até hoje, visto que grande parcela da população acredita fielmente na, hoje, chamada ciência, mas não se desapega à existência de um Deus, não perde a fé, e segue doutrinas religiosas.
Diante de tudo, uma conclusão (aos olhos de Descartes) pode ser tomada: a ciência e seus métodos de busca de conhecimento se fazem indispensáveis, e não podem ser influenciadas por conhecimentos alheios à clareza da verdade ou a crenças religiosas. Contudo, a existência da perfeição, ligada substancialmente a Deus, não deve ser contestada, apesar de os seres humanos tentarem alcançar, sempre, e até hoje, tal feito.
Descartes e seu Método
Em seu Discurso do Método, René Descartes vai demonstrando como ia utilizando de forma prática e objetiva (matemática) o seu modo de buscar o conhecimento, através do raciocínio dedutivo. Partiu das dúvidas iniciais sobre a existência do homem e depois, de Deus. "Penso, logo existo" é uma frase célebre de seu trabalho. Marcou de maneira decisiva o caminho que a Ciência adotaria após sua morte.
Em seu trabalho é importante notar que apesar da constatação do homem como corpo e espírito, ele descarta o uso da emoção na concepção do conhecimento. Além disso, o seu método pode ser tido como oposto ao Empirismo, defendido por seu contemporâneo Francis Bacon e que se baseia no raciocínio indutivo. Isso nos leva a perceber que seu método pode fracasssar diante de algumas situações cotidianas. Inclusive o próprio Descartes nos previne em sua obra de que o seu método não é um modelo, que pode ter falhas e isso acaba o eximindo de culpa.
Por fim, embora haja muitas correntes que discutem a produção de conhecimento, o Método ainda hoje é amplamente difundido por conter ricas ideias sobre o bom senso, por exemplo, e sua contribuição para o desenvolvimento da Ciência, a qual denominamos Moderna, é consagrada na História do Homem.
domingo, 27 de março de 2011
A luz da modernidade
Não sei, logo duvido. Duvido, logo sei.
Cartesianismo na sociedade contemporânea
Amanda Rufino Leite, 1º ano direito noturno.
Introdução ao pensamento filosófico moderno
Do Idealismo ao Realismo
O Discurso do Método, publicado na França em 1637 por René Descartes, é considerada a principal obra de ruptura cultural que dá origem à Filosofia Moderna. O texto propõe um modelo sistemático para conduzir o pensamento humano, usando a matemática e o empirismo como bases concretas para se alcançar a verdade. O racionalismo é, para Descartes, a única forma de se combater a superstição, a magia e a alquimia, além de todo o conhecimento duvidoso transmitido pelo hábito.
Nos séculos seguintes, a difusão do pensamento racionalista fez com que a ciência se desenvolvesse de forma muito técnica e, hoje, como um reflexo da utilização indiscriminada de tal método e raciocínio, a nossa sociedade vê essencialmente tudo de forma quantitativa e não mais qualitativa. É devido ao excesso de racionalismo que até mesmo as relações sociais podem ser quantificadas e adaptadas para satisfazerem as necessidades humanas, se o termo ainda for cabível.
Certamente a contribuição do pensamento de Descartes foi enorme e, a partir de seu método, áreas como a medicina e a engenharia no geral são capazes de nos proporcionar uma maior qualidade de vida, bem como longevidade. Porém, ao aplicarmos o método racionalista em todos os aspectos da vida humana, deixamos de lado o romântico idealismo e assumimos o realismo absoluto, desencantando o mundo.
Racionalismo bidimensional e Paradoxo divino
René Descarte, em seu “Discurso do Método”, expõe seu racionalismo ao submeter todas as questões que regem a vida do homem à razão. Para tal, toma por princípio a dúvida, negando, portanto, todas as coisas até terem sua veracidade comprovada pela ciência.
A partir de seu método científico, foi criado o Plano Cartesiano – um sistema de coordenadas capaz de comparar todas as relações humanas através de dados. Porém, tal método seria capaz de considerar todas as implicações e sentimentos decorrentes dessas relações?
O olhar objetivo de Descartes não é o único modo de encarar os fatos do mundo. Tomemos como exemplo o número de divórcios nos últimos anos. Muitos diriam que esse número cresceu devido à menor pressão moral em pedir a separação legal do cônjuge do que na década passada. No entanto, cada caso é singular: adultério, infelicidade, contexto histórico, impulsividade ou monotonia... muitas são as razões para as quais um casamento pode vir a acabar e nem todas são aplicáveis aos eixos x e y.
Quanto a Deus, Descartes, inserido em um momento histórico ainda muito apegado à religião, defini-O como um ser perfeito e completo que deu ao homem o privilégio de pensar e desvendar todos os mistérios a fim de se equiparar a Ele. Quando conceitua Deus, Descartes parte de um princípio não comprovado por ciência alguma além de sua fé; aqui, portanto, há um dilema entre sua crença e seu “método”, que prega a dúvida e a desconfiança. Além disso, se o objetivo humano é a perfeição através da busca do “conhecimento através do conhecimento”, chegará uma hora em que não será necessário Deus, o homem seria auto-suficiente.
Quando o homem se considerar perfeito, porém, será uma prova de sua prepotência e de que muito falta para atingir o status celestial. A acumulação de conhecimento prova que as relações não são estáticas e que o objetivo humano é a insatisfação de nunca alcançar seu objetivo... Eis aí a ironia divina.
Nome: Jackeline Ferreira da Costa – 1º ano Direito Diurno
A Evolução do Racionalismo
Desvendar o mundo cartesianamente
A incompletude cartesiana
Entretanto, é possível presenciar certas lacunas em tal pensamento, a começar pela fragilidade de um construir científico que desconsidera a experimentação. A crença cartesiana no possível engano dos sentidos reduz a razão a um mero jogo metafísico, permitindo a validade absoluta de questões inconclusivas.
Dessa forma, pode-se reconhecer que a ciência praticada nos dias atuais não é a mesma verificada nos postulados de Descartes, cujo teor é mormente filosófico.
A despeito da incompletude da obra, seu caráter revolucionário certamente não deve ser ignorado, pois permitiu uma total mudança no pensar ocidental a ponto de influenciar nossas decisões até hoje.
O método para a conquista do saber
A controversa coexistência entre ciência e religião
O Fundador da Filosofia Moderna
A razão como guia do pensar
Bases do pensamento científico moderno
Desde a dúvida até a verdade
Partindo da investigação, instigada pela desconfiança, de fatos tidos como verdadeiros é que Descartes elabora a obra “O Discurso do Método”. Almejando encontrar o que realmente é ciência, portanto, verdade, o autor traça um caminho sistemático a fim de desvendar os erros cometidos pela aceitação de hábitos ou pressupostos.
Este novo caminho é denominado “método” e consiste em executar ações em determinada ordem visando suprimir lacunas ou solucionar dúvidas relacionadas ao objeto estudado. Entre essas ações encontra-se em primeiro plano a recusa de algo considerado verdadeiro sem ciência total desta condição, isto é, a suposição de que tudo pode não ser verdadeiro até que fique evidente, pela razão, sua veracidade. Em seguida, é proposta uma fragmentação do que surgir como “não confiável” a fim de esclarecer tal problema. Após esta divisão é feito um estudo racional dos pensamentos, iniciando-se pelo mais simples a fim de atingir um raciocínio mais complexo. Então, checa-se o caminho percorrido, metodicamente, para certificar-se de que alcançou a verdade.
Ao relacionar esta obra com a atualidade é notória a utilização de sua essência em diversos âmbitos, desde trabalhos científicos, conforme proposto por Descartes, passando por parte do modelo de assimilação de conteúdo no processo de educação, até a aplicação em rotinas produtivas. Assim, a valorização da razão somado ao processo de conhecimento e ao método de Descartes resulta na condução do pensamento humano de maneira a alcançar as verdades de fato. Isto é, iniciando pela busca clara da verdade são esclarecidas as dúvidas e lacunas durante o processo sistemático, denominado “método”.
O verdadeiro conhecimento
O filósofo defende que no lugar da filosofia especulativa,ensinada nas escolas, o conhecimento dos elementos da natureza deveriam ser aprofundados pois assim seria possível usufruir de seus frutos para o benefício da humanidade. Assim ele nos mostra a ciência como um canal para o bem do homem.
Ao Refletir sobre o que realmente existe, Descartes conclui que o fato de ele pensar em duvidar da verdade das outras coisas faz com que sua existência seja verdadeira, afinal, se ele pensa ele existe.
Outra conclusão a que o filósofo chega é a existência de Deus, pois se ele consegue definir imperfeições alheias e de si mesmo é porque conhece a existência de um ser dotado de perfeição absoluta, pois só com esse conhecimento ele saberia as perfeições que lhe faltam. Além do que , ele não admite o fato de toda a verdade, perfeição e até imperfeições originarem do nada, sendo assim a ideia de um Ser Perfeito é indispensável.
No relato de uma de suas ideias, vê-se a preocupação do autor, que falta aos homens do tempo presente, com o futuro. Segundo ele, nossos cuidados devem se estender para mais longe que o tempo presente. Se o homem atual conseguisse entender a importância de tal atitude difundida por Descartes, o mundo estaria em melhores mãos.
Com estas e outras divulgações em sua obra creio que o filósofo cumpre um dos que era seu maior propósito: colaborar com as ideias de seus leitores após a sua morte. Em sua obra encontramos curiosidade, interesse e cuidados que faltam a grande parte dos homens do mundo atual. Termino a relatação de sua obra citando uma de suas frases, a qual deveria ser incorporada às nossas ideias e objetivos, principalmente no âmbito profissional: "(...)é propriamente nada valer e não ser útil a ninguém.(...)".
Razão, dúvida e verdade
Razão: Sentido Obrigatório
O Discurso do Método, de René Descartes, propõe um modelo quase matemático para conduzir o pensamento humano, uma vez que a matemática tem por característica a certeza, a ausência de dúvidas. Segundo o próprio Descartes, parte da inspiração de seu método deveu-se a três sonhos ocorridos nos quais lhe havia ocorrido “a idéia de um método universal para encontrar a verdade.”
Em toda a obra permeia a autoridade da razão, conceito banal para o homem moderno, mas um tanto novo para o homem medieval (muito mais acostumado à autoridade eclesiástica). A autoridade dos sentidos (ou seja, as percepções do mundo) também é particularmente rejeitada; o conhecimento significativo, segundo o tratado, só pode ser atingido pela razão, abstraindo-se a distração dos sentidos. Uma das mais conhecidas frases do Discurso é Je pense, donc je suis (citada frequentemente em latim, cogito ergo sum; penso, logo existo): o ato de duvidar como indubitável, e as evidências de “pensar” e “existir” ligadas. Além dessa conclusão, Descartes também prova a existência de Deus, especifica critérios para a boa condução da razão e faz algumas demonstrações.
O Método, em seu aspecto de dividir, ordenar e classificar, é a base de muitos conceitos científicos que vieram a ser desenvolvidos nos anos subseqüentes, de grande importância para a humanidade: o sistema de coordenadas cartesiano, o cálculo, a geometria analítica e a disposição estatística em histogramas.