Para Boaventura de Sousa Santos , um dos maiores problemas sociais da pós modernidade é a necessidade de se ter uma instabilidade social para se alcançar uma estabilidade econômica, fato que acarreta no surgimento de uma subclasse de excluídos("Terceiro Mundo Interior"), uma classe formada por trabalhadores desqualificados ou minorias étnicas que não possuem qualquer possibilidade de ascensão.Por isso a criação da cotas para negros,pardos e índios é tão combatida por alguns grupos , visto que apresenta um grande risco para essa estabilidade econômica.
Porém deve-se lembrar que as cotas não são uma medida de emancipação social, visto que um negro,por exemplo, ao ingressar em uma universidade pública por meio de cotas já seria estigmatizado e cheio de preconceitos.Sendo assim,as cotas , um motivo para o apartheid social dentro da universidade.
Segundo Flávia Piovesan, não é suficiente tratar o indivíduo de forma genérica ,geral e abstrata ,sendo necessária a especificação do sujeito de direito, que passa a ser visto em suas peculiaridades e particularidades.Algum desses sujeitos exigem um resposta específica e diferenciada ,um "direito à diferença", afim de assegurar-lhes um tratamento especial(PIOVESAN, Flávia. “Ações Afirmativas: A Questão das Cotas”. In: Ações afirmativas no Brasil: desafios e perspectivas. Coord. Renato Ferreira. Niterói: Impetus, 2011. p. 118-119). Todavia essa diferenciação deve ser feita na medida em que não estimule uma inferiorização ,assim como afirma Boaventura,"Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza;e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza.Daí uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza,alimente ou reproduza as desigualdades".
Eric Kaoro Okino
Direito Noturno
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