Quando
foram trazidos para o Brasil, os negros africanos eram a mercadoria de um comércio
extremamente lucrativo para a metrópole. Pessoas eram tratadas de forma
demasiadamente degradante, perdiam a sua condição humana, eram vendidas como
coisas, meramente objetos para servir de mão de obra a produção açucareira e,
além disso, eram apenas pessoas negras, o que torna evidente o preconceito
racial com o qual a população brasileira foi formada.
Cerca
de quinhentos anos após a vinda dessa população para o Brasil, já não se
tratavam mais de africanos, eles eram brasileiros: haviam se instaurado no
país, falavam nossa língua e adaptavam o costume deles aos nossos, então,
depois de muitas lutas do movimento abolicionista e a monarquia já ao seu fim,
Princesa Izabel decretou a Lei Aurea e aboliu a escravidão. Mas uma questão
começou a tomar a mente da elite brasileira, o que fazer com aquela população?
Eis a resposta: política do embranquecimento, porque a elite acreditava que
essa população manchava o país. Acreditavam que a população negra manchava o
país e por isso deviam ser mandados de volta para a África e sua mão de obra
substituída pela branca, imigrante.
Esses
brasileiros, foram expulsos dos lugares onde sempre viveram e ficaram
desempregados, sem ter para onde ir, passaram a ocupar as áreas da cidade que a
população branca não desejava ocupar, dando inicio assim a formação de guetos e
favelas.
Diante da real mancha na história do país que admitimos
ter sido a escravidão e todas as outras condições desumanas pelas quais a
população afrodescendente passou, é necessário que se pague essa divida
história para que a desigualdade visível que ainda hoje persiste seja corrigida
e não perpetue em nossa história.
Como ação afirmativa, vemos surgir uma luz para a
emancipação desses menos favorecidos: as cotas, estas surgem para corrigir o
abismo histórico que impedia a população afrodescendente de ter acesso ao
espaço da universidade pública.
Por ser lei, vemos o poder exercido pelo Direito sobre a
população e, nesse caso buscando garantir a emancipação dessa parcela
marginalizada. O Direito surge então como mecanismo de transformação e, por
meio dele, de forma otimista podemos acreditar que com o decorrer do tempo e
estando a lei em efetividade será possível uma igualdade material entre brancos
e negros.
Ao fim, é utilizado uma frase de Nelson Mandela (1995), “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela
cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas
precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”.
Que possa ser, então, o Direito mecanismo, fundamento, meio de aprendizagem
para ensinar as pessoas a amar e respeitar as diferenças.
P.S.: O texto busca ater-se apenas as cotas raciais, mas a autora é ciente das cotas indígenas e para integrantes do sistema publico de educação bem como do fato dessas outras duas serem tão bem justificadas e necessárias quanto a abordada no texto.
Louise F. de Oliveira Dias 1º ano/ Direito Noturno
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