O Manifesto Comunista escrito com Engels e Karl Marx e
publicado no ano de 1848 inicia-se com uma análise sobre a luta de classes,
proclamando que a História de todas as sociedades que já existiram é a História
da luta de classes, e termina conclamando os operários de todo mundo à união.
Até então o movimento comunista possuía um caráter utópico, em que se sonhava
com a abolição da propriedade privada. Nesse sentido, o manifesto insistirá na
necessidade de se substituir o programa contra a propriedade em geral pelo
projeto de apropriação coletiva dos meios de produção, atingindo, dessa maneira,
a raiz tanto do funcionamento do modo de produção capitalista quanto a fonte de
alienação do homem.
Ainda no início do manifesto Marx admite a revolução que a burguesia operou na
sociedade, que até então ainda possuía características feudais. Com a burguesia,
ascende a doutrina política do
liberalismo, a qual representou uma ruptura radical com a modo de produção
manufaturado. Por meio dela ocorre uma internacionalização da economia,
surgindo uma interdependência entre as nações como jamais vista antes. A
burguesia remodela e rompe de vez com a tradição e os costumes, e a modernização
passa a ser um padrão ético.
Se por um lado a burguesia trouxe com seu “super sistema” a
produção em massa, engendrou a
tecnologia e as comunicações intermundiais, suas
contradições internas, como a miséria a desigualdade social não foram o
suficiente para concretizar o projeto de Karl Marx que acreditava que tais
contradições apontariam para a sua superação histórica e substituição gradativa
por um modo de produção comunista. Mas isso não aconteceu, as contradições
aumentaram ainda mais, e os problemas sociais atingiram seu ápice. E mesmo com as
super crises do capitalismo, como a de 1929 ou a de 2008, o capitalismo apoiado
pela doutrina neoliberal consegue emergir das cinzas, se renovar e seguir
naturalmente seu curso. Marx não percebeu e, nós mesmo muitas vezes não percebemos,
que o capitalismo engendra sobre a sociedade uma “sedução invisível” e a grande massa, sedenta por inserção social,
vê na aquisição de tecnologia uma pequena brecha(uma pequena ilusão!) para
acreditar que faz parte do “organismo social”.
Nesse contexto, é importante refletir sobre a degradação
humana, não só material mas de princípios, pois Marx não queria mudar só a
sociedade, mas acreditava que mudando a sociedade mudaria as pessoas....
Desse modo, faço do poema de Manuel Bandeira, o meu manifesto: O homem, que virou bicho e que , não
examina, não cheira e engole com verocidade a ganância e o poder de destruir.
O Bicho
“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
MARIA BEATRIZ CADAMURO MIMO - 1º ANO NOTURNO
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