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domingo, 15 de setembro de 2013

Tecendo o amanhã

"Um galo sozinho não tece a manhã: 
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele 
e o lance a outro: de um outro galo 
que apanhe o grito que um galo antes 
e o lance a outro; e de outros galos 
que com muitos outros galos se cruzam 
os fios de sol de seus gritos de galo 
para que a manhã, desde uma tela tênue, 
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos, 
se erguendo tenda, onde entrem todos, no toldo 
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo 
que, tecido, se eleva por si: luz balão". 
 

O desenvolvimento tecnológico leva a humanidade a novos patamares de desenvolvimento. Mas como já sabemos, saber é poder, e domínios de novas técnicas leva também ao surgimento de uma nova classe social. Essa nova classe em seu primórdio não tem o monopólio de técnicas sofisticadas, apenas resgata a arte milenar do comercio.
A partir do resgate do comércio, essa classe social, doravante denominada de burguesia, além de romper dinâmica social do feudalismo( aliás, com a falta de dinâmica do feudalismo, pois esse contava com uma sociedade estamental), passa agora a congregar capital suficiente em sua mão de modo a força o surgimento de burgos( cidades) e celebrar aliança com reis de modo a favorecer a formação dos Estados Feudais.
A burguesia, agora já estabelecida como um classe social e congregada na cidade, passa agora a buscar novos meios para aumentar sua produção e incrementar os lucros. Sendo assim, contamos agora com advento das indústrias, fomentadas por maquinarias. Porém, não é só a classe burguesa que surge, junto dela, aparecem os proletários. Mão de obra farta, que estimulada por outros fatores históricos são impelidos dos campos para a cidade.  
Sem dominar técnica ou possuir capital monetário, essa nova classe de trabalhadores conta apenas com sua mão de obra para prover o próprio sustento, o que Karl Marx chama em sua obra de “mais valia”. Surgindo historicamente mais desfavorecida, o proletariado passa a ocupar posição de explorado , passa se submeter a condições sub-humanas , com intenção apenas de garantir sua sustento.
Analisando os fatos históricos do surgimento dessas novas classes, o alemão Karl Marx desenvolve o socialismo cientificista, que usa como base a dialética de classes. Marx considera que a burguesia é uma classe social inovadora, e seus avanços técnico com fundamentais para o desenvolvimento da sociedade, porém, observou que as técnica que deveriam beneficiar a todos, beneficia apenas o acumulo de riquezas na mão de poucos. Marx , acredita portanto, que em um estágio no qual as tecnologia estejam suficientemente desenvolvidas, cessará o papel da burguesia e os proletária então passarão a ditar as regras, de modo que a tecnologia não gere apenas a concentração de capital ou o bem estar para quem possa pagar por ele, mas sim que gere um bem estar para a humanidade como um todo. Só, contudo, só será possível quando os trabalhadores puderem reconhecer sua condição de submissão e se revoltarem contra ela.

 Tiago Fernando Guedes de Carvalho- Noturno


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