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domingo, 15 de setembro de 2013

Karl Marx em sua obra "O Manifesto Comunista" declara que a intenção dos comunistas é unificar a luta proletária, promovendo seu avanço independentemente de nacionalidades ou interesses locais. Para atingir tal objetivo, no entanto, seriam necessários alguns esforços, tais como a abolição da propriedade burguesa e da educação familiar. A fim de verificar os aspectos gerais da teoria marxista, tomemos por exemplo a proposta de abolição da propriedade.

A princípio, a abolição da propriedade privada soa injusta e arbitrária, pois interfere no livre arbítrio de posse dos cidadãos. Segundo Marx, no entanto, tal abolição se justifica pelo fato de que não serão tomadas todas as propriedades privadas, mas apenas as propriedades burguesas: aquelas que foram "dignamente adquiridas e merecidas" poderiam ser mantidas. Sendo assim, pergunta-se: quem define o caráter de dignidade pelo qual foi adquirido a propriedade, ou se ela é fruto característico da burguesia moderna? Neste ponto, vemos que não há maiores esclarecimentos sobre o método de decisão do governo, deixando claro que a intervenção estatal proposta pelo comunismo, embora alegue andar rumo ao pleno respeito aos seus governados, dá margem ao arbítrio estatal.

A fim de afastar a ideia de que o comunismo serve de controle à população tanto quanto os demais sistemas ideológicos criticados por ele, Marx afirma que o proletariado, após tomar o poder, tornaria-se uma espécie de associação em que todos governariam, ou seja, um poder público sem poder político. No entanto, é claro e evidente que o controle sobre a propriedade, a produção e a educação são atos políticos também.

Considerando os pontos levantados, fica a dúvida: Marx afirmava que o comunismo causava estranhamento às pessoas por estas últimas terem seus conceitos "contaminados" pelas concepções burguesas, no entanto não admite o caráter controlador de seu próprio sistema ideológico. Não teria tido ele também a visão ofuscada pelo êxtase de sua própria teoria?

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