Nós, operários, sofremos muito com o trabalho desumano ao
qual somos submetidos nas fábricas industriais dos burgueses. Enquanto eles
estão lá sentados saboreando um cafezinho, estamos aqui batalhando, sofrendo,
tendo que suportar condições as quais ninguém nunca imaginou sofrer. E ainda,
se reclamamos ou nos tornamos inúteis aos olhos deles, somos descartados como
objetos e empregam outro em nosso lugar.
Toda a história humana é marcada por esse conflito entre
oprimidos, que agora somos nós, e opressores. Mesmo os burgueses de hoje já
foram os oprimidos de ontem. Eles já foram vistos na Idade Média como pecadores
e punidos por usura; sofreram a opressão do mais forte e agora, são os
ditadores do presente. Será que nós, operários, não conseguiremos um dia ser a
classe dominante e não a dominada?
Atualmente, eles detêm não só o domínio dos costumes, da
moda, detêm também o domínio do mundo. O mar, que era visto como algo
abominável, foi “dominado” para levar mercadorias a outros continentes; com a
construção de ferrovias, a distância já não se tornou um problema; a água, o
vento, os animais foram domados e hoje, servem de força motriz para suas
máquinas. Mesmo nós, humanos, fomos dominados por eles e transformados em meros
seres que detêm a mão de obra que eles necessitam.
Como fomos dominados por eles, nos tornamos, pois,
prisioneiros do mercado por eles construído. Se não trabalhamos, não
conseguimos dinheiro; se não temos dinheiro, não somos nada e pior ainda, não
conseguimos viver nesse mundo que nos espreita. Os pobres são vistos como algo
imundo, que não merece respeito nem compaixão e os ricos são exaltados como
deuses. Como o mundo pode ser tão injusto?
Para colocar aqui mais dessa injustiça, as mercadorias não
são de acesso a todos. Nós trabalhamos nossa vida inteira para fazer um produto
o qual nunca chegaremos a comprar ou mesmo, saber o que fazemos todos os nossos
dias. Somos, então, excluídos da sociedade que só vive de aparências frias, de
ostentação de riquezas, de palavras vazias e de inveja carregada nos olhos.
Somos marginalizados, esquecidos, vistos como ratos que roem a comida dos
outros, meros animais que enojam a todos.
Precisamos parar de não pensar em nós mesmos, parar de nos
conformar com nossa situação. Somos seres humanos como outro qualquer! Temos
que usar as formas de produção a nosso favor, utiliza-los a nosso proveito. Os
operários são a classe mais numerosa; juntos conseguiremos. Uma união dos
trabalhadores de todo o mundo é o que deve haver. Nos unir contra essa opressão
burguesa e lutar pelos nossos direitos, antes que nós comecemos a nos ver como
eles nos vem, como ratos imundos e desprezados.
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