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domingo, 15 de setembro de 2013

"De pé, ó vitimas da fome! De pé, famélicos da terra!"

O Manifesto Comunista publicado por Karl Marx e Friedrich Engels no ano de 1848 é, sem dúvida, uma das obras que melhor consegue retratar, de maneira sintética e com uma linguagem consideravelmente acessível, as diversas contradições do modo de produção capitalista e elucidar a toda a sociedade civil interessada os ideais comunistas, além de ser inegavelmente um chamamento eufórico, mas sempre se valendo da ciência a e da racionalidade, da classe trabalhadora para a urgente transformação da realidade injusta e exploratória que se vivia na época.
            Uma das abordagens mais interessantes da obra refere-se ao momento quando Marx trata, de forma um tanto quanto irônica, a temática da propriedade, deixando claro que, ao contrário do que o limitado pensamento liberal entende, o comunismo não pretende abolir a propriedade, mas sim a propriedade burguesa que se apropria do trabalho assalariado do operário e tem por base a luta de classes, ou seja, a exploração desumana de um homem por outro. Dessa maneira Marx pretende a abolição do estado de coisas, que torna tudo o que antes era fruto do trabalho reconhecido do camponês ou artesão e até mesmo os valores advindos da sociabilidade ao longo de vários anos em produtos, em moeda de troca! O mais problemático é que os liberais consideram essa abolição como o fim da individualidade e da liberdade dos indivíduos, mas é de extrema importância refletir para quem afinal trata-se essa liberdade? Para o operário que é obrigado a trabalhar mais e mais horas por dia dentro de uma fábrica, vendendo sua força de trabalho em troca de um salário mínimo que apenas aumenta o capital do burguês e permite ao operário viver somente o quanto a classe dominante entende ser necessário e tendo até os seus valores e modo de pensar determinados pela ideologia burguesa?! Individualidade? Aquela mesma individualidade burguesa que reduz o operário a mais um instrumento de produção tal quais as demais ferramentas e maquinarias são dentro do violento processo produtivo?! O pensamento liberal é mesmo deplorável.

            Em uma sociedade que, mesmo estando dois séculos a frente na linha do tempo da história, continua a produzir e reproduzir desigualdade, miséria –apesar do desenfreado avanço tecnológico- e exploração, se torna bastante clara a atualidade do Manifesto e sua importância no processo emancipatório da classe que, segundo Marx e Engels, possui o futuro em suas mãos. O Manifesto é a obra que permite que intelectuais e proletariado unam-se em luta por uma sociedade mais igualitária em oportunidades, mais justa e na qual um dia o desenvolvimento livre de cada um será a condição essencial para o desenvolvimento livre de todos. 


"À opressão não mais sujeitos! Somos iguais todos os seres. Não mais deveres sem direitos, não mais direitos sem deveres! Bem unido façamos, nesta luta final, uma terra sem amos: a Internacional!"



Amanda D. Verrone - 1º Ano Noturno

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