Materializar para Transformar a realidade
O materialismo histórico dialético de Marx e Engels permite uma análise mais profunda da realidade sem cair em idealismos como fez Hegel. Esse método é que possibilita ver através da ideologia, o falseamento da realidade, a verdade acerca do Capitalismo e de como a elite burguesia cria narrativas para fundamentar e manter o seu controle sobre o proletariado.
Hoje, a grande mídia, sendo o ápice a revista Forbes, traz muito a ideia dos bilionários e de como qualquer pessoa pode se tornar um, mas é aí que reside a crueldade do sistema, pois embora seja verdade, a esmagadora maioria da população mundial jamais atingirá esse patamar ou sequer algo perto. Deve-se empreender, tomar riscos, não se acomodar, seguir permanentemente nessa batalha pela ascensão social que nunca virá, assim não tem-se tempo para refletir sobre a dominação burguesa e organizar-se contra ela. O que fica evidente na dicotomia de Sennett ao retratar o modo de vida de Enrico x Rico, estado de bem-estar social x estado mínimo neoliberal. O primeiro tinha uma vida estável graças à sindicalização, já o segundo uma de incertezas e individualidade, ditadas pelas condições materiais que permitiam a exploração do proletariado de maneiras diferentes e concessões menores ou maiores da burguesia.
No pós guerra, havia uma necessidade de manter as classes baixas relativamente mais satisfeitas a fim de evitar um levante de teor socialista, por isso o pleno emprego, a segurança social, a aposentadoria certa. Porém quando caí a União Soviética e chega-se ao “fim da história” de Fukuyama onde o Capitalismo supostamente triunfou, a burguesia faz a festa e toma todos os direitos concedidos aos trabalhadores, toma-se até a ideia de uma sociedade, de uma coletividade maior, explícito na frase de Margaret Thatcher “Não existe sociedade, apenas indivíduos e suas famílias”. Assim, impõe-se o individualismo e a meritocracia como valores incontestáveis para intensificar a obtenção de lucro em detrimento da qualidade de vida do proletariado, que vale mencionar, fragmenta-se cada vez mais a cada dia por conta das normas burguesas repetidas infinitamente através das grandes mídias.
Desta forma, deve-se fazer valer do materialismo histórico para vislumbrar a realidade e sobretudo transformá-la, rompendo com a hegemonia alienante da burguesia que enfraquece o operariado e faz parecer que a distopia em que vive-se é na verdade uma utopia. Com o passar do tempo, os escritos de Marx e Engels ficam mais e mais atuais e portanto mais urgentes de serem compreendidos e postos em prática, pois deve-se encontrar uma alternativa ou terminaremos na barbárie.
Daniel Anuatti Reis - 1° ano de Direito (matutino)
RA: 231220197
Nenhum comentário:
Postar um comentário