Com efeito, é possível notar essas diferenças ao analisar o texto de Sennett, visto que ele as evidencia quando mostra o modo como vivia o pai Enrico, um faxineiro, e seu filho Rico. Tal afirmação pode ser comprovada a partir da leitura do texto, o qual deixa explícito que a exploração imposta a Enrico é mais metódica, como por exemplo há a mesmo tempo de trabalho todos os dias. Já a do filho é mais instável, tal qual constata-se ao observar que ele não possui horário de saída definido e há a iminência de ser demitido o tempo todo, uma vez que as pessoas tornam-se cada vez mais substituíveis.
Dessarte, pode-se reconhecer que os avanços tecnológicos e sociais modificaram a estrutura de exploração implantada pelo capitalismo, transformando os cidadãos em objetos substituíveis caso não concordem com os abusos que sofrem e, por conseguinte, fazendo-os mais ansiosos e inseguros. Ademais, ainda há a fragilidade das relações tanto no trabalho quanto em casa, como percebemos no texto de Sennett, visto que a dinamização excessiva do ambiente de produção faz com que os indivíduos não consigam criar laços uns com os outros, já que estão em constante transferência de setor, e infelizmente veem-se incapazes de agir de forma diferente com a família.
Portanto, o modelo econômico capitalista além de explorar fisicamente o empregado até o extremo, ele também estabelece frágeis vínculos entre os seres humanos, tanto da mesma empresa quanto da mesma família, com o intuito de não se compadecerem uns com os outros e, logo, não terem o sentimento de haver uma luta comum. Dessa forma, as pessoas são ensinadas a não se conectarem e nem se identificarem com o próximo, tornando pouco prováveis, assim, as mudanças e a ordem exploratória capitalista permanecerá intacta.
Gabriela Carvalho Granero (1° direito matutino)
RA 231223757
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