A história do Brasil é marcada por trajetórias de xenofobia,
racismo, homofobia e outros tipos de preconceitos. Tal fato acarretou em grandes
desigualdades sociais, favorecendo o homem hétero branco alcançar os lugares
tidos como mais bem contemplado. Logo, as pessoas diferentes desse padrão tiveram
mais dificuldade de adentrar o meio mais prestigiado, sendo explicito que a
porcentagem de pretos, indígenas, deficientes e outros nas universidades era
muito menor do que a porcentagem de homens brancos. A partir disso, com o passar
do tempo e tomadas de consciência social, movimentos foram projetados para
lutar contra essa desigualdade, uma de suas conquistas foi a Lei de Cotas, tardiamente,
comparada a outros países, em 2012.
A Lei
de Cotas é uma ação afirmativa, o objetivo dessa lei é reparar desigualdades sociais
históricas e discriminações sofridas por um fragmento da população, sejam concernentes
à etnia, gênero ou classe social. Ao entrar em vigência, essa lei já tinha a
previsão de revisão após dez anos, marcada para o ano de 2022. No entanto, pelo
atual governo presidencial brasileiro, a Lei de Cotas está ameaçada. O atual
presidente do Brasil mais de uma vez já se expressou sobre essa lei, julgando-a
desnecessária, em uma de suas falas apontou: “Que dívida? Eu nunca escravizei
ninguém”, expondo claramente seu racismo que tanto ainda reflete nos milhares
de brasileiros. Visto isso, é dever do cidadão brasileiro questionar o posicionamento
do presidente e refletir o que leva ele a declarar tal atrocidade, de acordo
com Descartes é preciso “Inclinar-se para o lado da desconfiança do que da
presunção”.
Além
disso, para garantir a permanência da Lei de Cotas e sua plena eficácia é indispensável
a postura de luta, de questionamento, do olhar crítico para continuar na busca
de reparar essa dívida história que perpetuou por tanto tempo e que rege,
infelizmente até hoje, em partículas. Ainda hoje é perceptível o racismo em
diversos meios e situações, o homem branco quando sofre alguma injustiça causa
muito mais comoção do que um homem preto, como se fosse justificável pela cor
da pele. Tal comportamento fundamenta, estrutura e replica o preconceito e a
discriminação. Ademais, o bom senso é fundamental para reconhecer a diferenciação
de tipos de tratamento conforme a pessoa é, Descartes afirma que é através do
bom senso que o homem distingue o verdadeiro e o falso.
Por
fim, é essencial inclinar-se para causas que requer o reconhecimento de toda
população e impedir a normalização de posturas preconceituosas, que minimizam o
direito de pessoas que, por causa de toda uma história, ainda sofre. Outrossim,
é preciso dobrar a atenção em discursos que advém de grandes personagens políticos
que exercem grande influência, contudo nem sempre (ou quase sempre) não estão
com a razão. De acordo com Bacon “O intelecto humano não é luz pura, pois
recebe influência da vontade e dos afetos, donde se pode gerar a ciência que se
quer. Pois o homem se inclina a ter por verdade o que prefere”, vide a fala do presidente,
ele só está preocupado com seus próprios interesses, porém não com seu povo. É
por isso que a luta contra as desigualdades deve ser contínua e persistente.
Luana Silva Araújo Souza - 1º Ano Noturno
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