O brasil carrega desde sua fundação uma história digna de repudio com a
população negra. Os que chamados portugueses que “descobriram” o Brasil não desembarcaram
nessa terra com boas intenções, eles trouxeram consigo apenas uma enorme motivação na
exploração de riquezas dos mais variados tipos. É fato que a exploração demandou a necessidade de mão de obra, e é nessa mão de obra que se constroem as
raízes de nossa sociedade, a mão de obra negra.
Atualmente a maioria da população no Brasil é composta por pretos e
pardos descendentes dos milhares de escravos que compuseram a diáspora africana,
em 1888 teve fim essa diáspora, mas somente depois de 1 século o Brasil foi se
preocupar em ressarcir os negros que por 400 anos foram escravizados, e, apesar
de tardia, as políticas destinadas a população negra vieram, entretanto, essas
possuem “tempo de validade”, como por exemplo, a política de cotas que será
revisada no ano de 2022.
A politica de cotas como é atualmente implementada no Brasil possui em
sua origem diversos acertos, entretanto, esses acertos são relativos conforme
variam de países para países, em países que possuem uma minoria de sua
população como sendo negra/parda então a politica de cotas é realmente eficiente,
porem para a realidade brasileira, que possui mais da metade de sua população
como sendo negra ou parda, essa politica se torna inadequada, visto que o numero
de vagas para uma universidade pública não acompanha o percentual da população
negra que deveria estar presente nesse ambiente público.
Para os fãs da ideia de que cotas geram mais racismo pois criam uma
rachadura entre quem é negro ou pardo e quem não é, a reflexão de que negros
raramente são vistos em cargos de prestigio nunca coube, um exemplo prático de
como os negros não ocupam esses cargos são dados do próprio congresso nacional,
que tem 17,8% de seus deputados e senadores que se identificam como pretos ou
pardos, a questão maior nessa reflexão é o fato de que se a maior parte da
população é negra ou parda, onde está a maioria dos negros nos cargos de
prestigio?
Dois dos grandes filósofos da modernidade nos convidam em suas obras a questionar
e buscar o conhecimento, é fato que os dois pertencem a correntes filosóficas distintas,
mas tentarei conciliar o melhor dos dois para aplicar nessa pequena reflexão
sobre a população negra. A partir da visão racionalista de descartes, podemos usar
da razão e perceber como a população negra não é maioria nessa elite de
conhecimento vivida hoje, e na visão empírica de bacon podemos através das experiências
pelas quais a população negra passou e que acabaram perpetuando essa elite do
conhecimento que raramente é alcançada para negros que buscam prestigio na
sociedade.
Após esta reflexão fica nítido que apesar da política de cotas atual ser
plausível, ela necessita ainda de uma ampliação para que num futuro próximo negros
passem a ser comuns nos cargos de prestigio assim como são comuns em cargos operacionais, e que, a revisão de cotas
proposta para o ano de 2022 não seja apenas uma revisão do que já conseguimos,
mas sim do que ainda podemos conseguir se basearmos nossas atitudes na razão e
no ato de questionar se a forma a sociedade esta caminhando é a forma mais sustentável
de se obter um futuro digno entre brancos e negros.
VICTOR HUGO DA SILVA FERNANDES - 1º SEMESTRE - NOTURNO
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