Capitalismo:
anticapitalistas, fugacidade e esbanjadores
Weber pretende compreender a racionalização do mundo
social, ou seja, mudanças profundas no pensamento do indivíduo
moderno e das instituições do Estado. Isso se mostra com a gradual construção
do capitalismo e o crescimento dos meios urbanos, que se tornaram as bases da
reordenação das organizações tradicionais que predominavam até então. Sua
preocupação estava em tentar identificar como os processos pelos quais o
pensamento racional, ou a racionalidade, impactou a sociedade
moderna, se difundindo no âmbito cultural, social e individual do indivíduo.
O sociólogo trata da questão de difusão do sistema
capitalista afirmando que um dos fatores principais para essa ocorrência foi a
religião calvinista, que pregava aos seus membros, como um dos aspectos, a não
ostentação de riquezas, mas sim seu reinvestimento. Isso acabou por expandir
uma lógica que prometia aos indivíduos alcançar a prosperidade.
Dessa forma, diferentemente da época de Weber, o homem
moderno, alguns diriam pós-moderno, é, de certa maneira, anticapitalista, na
medida em que para tornar com que esse sistema se perpetue a geração de
riquezas deve se voltar exclusivamente para seu retorno, ou seja, o trabalho
por si mesmo.
Nada mais anticapitalista que os sheiks árabes que esbanjam
luxo e artigos exóticos, como o príncipe HanDam brincando com seus leões, que
acabam por danificar seus carros de milhões de dólares, ou então o lutador de
boxe Mayweather que ostenta em suas redes sociais.
Concluo assim que, em um mundo de muitas aparências que se
voltam a afirmar o poder e a “superioridade” de poucos, a grande maioria acaba
por assimilar essa ética que produz cada vez mais hipocrisia e insensibilidade
perante o ser humano, infelizmente, valorizando um aspecto fugaz. Algo que Noel
Rosa demonstra com propriedade em sua esplêndida música denominada Filosofia.
Gabriel Marcolongo Paulino – 1°Ano Direito/Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário