Em seu livro “A Ética Protestante e o Espírito
Capitalista”, o pensador Max Weber discorre acerca da influência da religião
protestante no desenvolvimento das práticas capitalistas. Logo no início de sua
obra, Weber observa a máxima de Benjamin Franklin: tempo é dinheiro. A partir
daí, vê uma certa moral que põe o trabalho como um dever do bom cidadão, sendo
a necessidade de exercer uma profissão produtiva um fim em si mesmo. Tal
comportamento era contrastante com a visão do trabalho como uma simples
atividade obrigatória para a sobrevivência econômica do indivíduo na sociedade.
Depois, foca nas ideias de Lutero, figura central da
Reforma Protestante. Nele encontra as raízes dessa sacralização do trabalho,
onde a profissão seria a missão divina dada a cada um. Outro aspecto de extrema
importância em sua obra é a observação que fez em relação a riqueza. Ela vista
agora, a partir de preceitos religiosos, como uma prova da idoneidade religiosa
do indivíduo. Por essa razão, passou a ser vista muito positivamente, uma vez
que se ligava ao caráter da pessoa e até sua relação com Deus.
Mesmo passados muitos e muitos anos da publicação da
obra prima de Weber, acredito que suas principais ideias ainda podem ser
observadas de maneira bastante clara na sociedade contemporânea. Vemos hoje
essa corrida desenfreada por uma carreia, uma profissão de evidência, status. O
curso de medicina tão concorrido... Será que todas essas pessoas querendo ser
médicas realmente tem uma “vocação” para isso ou será que é mero capricho pelo
nome que a profissão traz consigo? Podemos ver ainda esse aspecto de associação
da profissão (e claro, de sua remuneração) com o caráter da pessoa e até de sua
relação com Deus, quanto mais rica mais abençoada.
Assim, podemos concluir que ao analisar a situação da
sociedade do início do século XX, Weber foi tão certeiro que hoje, passado um
século da publicação de seu livro, podemos confirmar suas ideias em nossa
realidade.
Érika Luiza Xavier Maia- 1º ano Direito Noturno
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