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terça-feira, 25 de outubro de 2016

Cegueira empática



Cegueira empática

Ultimamente, as coisas tem feito menos sentido pra mim.
Surgiu um drama na minha rua que parece não ter fim.
Fui na casa da minha vizinha para pedir-lhe um pouco d’água,
Só não esperava me deparar com uma incoerência árdua.

Entrei e ela me disse para ir à geladeira me saciar.
Enquanto pegava um copo ouvi a moça gritar:
“Meu amigo, você só pode estar desequilibrado!”.
E com um pulo ela veio e parou ao meu lado.

Disse que isso de tirar a água da jarra era loucura,
Pois uma vez que daquela forma saísse, perderia sua estrutura.
Não entendi muito bem o raciocínio que ela tinha em sua mente,
Daí perguntei: “água não é água em qualquer recipiente?”.

Assustada, evocou Deus e pôs ordem na brincadeira.
Disse que o Todo Poderoso fez somente a jarra e a torneira.
Mas... oras! Tudo que foge disse só pode ser safadeza!
Depois dela falar, fiquei abismado com sua extrema certeza

A única coisa que importava para ela era a aparência.
Idolatrava a forma, mas ignorava a essência.
Queria inevitavelmente racionalizar a reles sede,
Mesmo que isso generalizasse tudo como uma rede.

O intuito dela era usar a razão para entender a vida.
Pouco muda se em alguns isso causasse uma ferida.
Espero que um dia a empatia a cure dessas besteiras,
Pois limitar a essência da água a forma da jarra é, sem dúvida, a pior das cegueiras.

 Vítor Hugo Cordeiro - aluno do 1º ano de Direito - diurno

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