Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 29 de setembro de 2013

Virtude e eficiência

De acordo com a análise weberiana sobre o capitalismo, este não se constitui apenas pela ânsia pura e simples por lucro, visto que isto esteve presente em todos os setores da sociedade em todas as épocas. Em sua percepção, o capitalismo está vinculado à troca e às possibilidades de dinamização racional do investimento, sendo a racionalização o fator diferencial em relação aos outros modos de produção, estando dividida em contábil, científica, jurídica e do homem. Assim, o processo de racionalização presente na história humana resulta na superação do dualismo religioso, se realizado através do protestantismo, que de acordo com ele, modifica tanto a consciência dos indivíduos quanto a externa, sendo considerada a efetiva revolução moderna. Como estudioso das peculiaridades do ocidente, faz uma comparação com o oriente na questão do racionalismo. Assim, a ética protestante ocidental propõe uma dominação do mundo, enquanto no oriente predomina a conformação ao mundo.
Weber trata também que a reforma protestante tem o sentido de tornar o controle religioso sobre a vida social mais rigoroso e estendê-lo a toda a sociedade, regulamentando toda a conduta da vida pública e privada. Dentro do espírito capitalista, há uma ética pessoal severa não no sentido de aproveitar a vida, mas no sentido do trabalho árduo típico do protestantismo visando a obtenção de crédito. Diferentemente do que se pensa, o acúmulo de capital liga-se à ideia de virtude e eficiência e não à desonestidade.

Além disso, o capital é repleto de embates culturais, encontrando oposições religiosas, como o catolicismo, que considera  antiética sua conduta e o lucro um pecado. Observa-se também que o homem passa a trabalhar além de suas necessidades reais, pois por natureza ele trabalharia apenas o necessário para manter seu sustento, sem acúmulos. E, junto a isso, há o surgimento da ideia de trabalho como um valor em si mesmo. E, por fim, para o sociólogo, o espírito de acumulação antecede o surgimento do capitalismo, desencadeando-o, e não o contrário, como comumente acredita-se.

Nenhum comentário:

Postar um comentário