Renegar o passado marcado por
ações contraditórias no que tange à atuação da Igreja Católica no ramo
econômico foi objeto de análise para Max Weber que, através de seu enfoque na
ação social, fez da escolha de valores um meio para conceber o espírito
capitalista como fruto da ética protestante. A reforma promovida por Martinho
Lutero for responsável pela solidificação do sentimento de acumulação de bens e
maior obtenção do lucro, os quais, na visão weberiana, não constituem por si só
o capitalismo em sua essência. Mais que isso, este representa uma garantia do
valor dos bens adquiridos ao longo do tempo, assegurados através dos contratos
e das dinâmicas de investimentos.
Inovação característica da era
moderna, o trabalho livre dotado de racionalidade passa a compor o fundamento
básico da organização do capitalismo, de modo a diferenciá-lo dos outros modos
de produção. O racionalismo, ao defender a separação dos bens individuais de
bens coletivos, associado à dependência dos avanços científicos, proporcionou
que a ascensão capitalista estabelecesse uma nova regra de conduta universal. Ao
elucidar que “tempo é dinheiro”, Benjamin Franklin reconheceu um novo modo de
concepção do tempo quando associado à produtividade: enquanto artesão era o
homem o próprio dono do seu tempo, administrando-o da forma que mais lhe
interessava. Contudo, nesta nova conjectura, o trabalhador vê-se subordinado ao
cumprimento de prazos e de metas produtivas que nem sempre conduzem com sua
capacidade.
A inserção da racionalidade nas condutas
humanas fez emergir o Protestantismo como elemento responsável por extinguir os
sentimentos de fuga da realidade perante determinada situação conflituosa. Ao
saírem do seu recluso europeu, os protestantes buscavam difundir sua conduta,
até então, inovadora. Visavam externar sua predestinação, que era materializada
através da prosperidade, sugerindo ações concretas e efetivas que fugissem de
idealizações. Dessa forma, o processo de racionalização passou a constituir o
espírito burguês que se centrava, sobretudo, no trabalho, de forma a
complementar o sentimento de dominação de mundo característico dos preceitos
protestantes.
Luisa Loures Teixeira - 1º ano Direito Diurno
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