Max Weber em A ética protestante
e o espírito do capitalismo vem, diferentemente do que se está acostumado a ver,
entender a formação do capitalismo e da sociedade burguesa. Como ela se
estabeleceu hegemonicamente no mundo pós revolução francesa, avaliando o processo
sob um prisma histórico-cultural e não econômico.
Weber percebe nessa análise que a
ética calvinista, a ideia de que o homem que trabalhasse e obtivesse sucesso
teria com isso a prova de que pertenceria ao céu, a visão do trabalho como
tábua de salvação, como maneira de se manter afastado de pensamento e atos
pecaminosos se espalhou pelo mundo. Conforme o tempo foi passando, e esse
pensamento foi se difundindo geograficamente o primeiro aspecto, religioso, se perde
e apenas a cultura de negócio e mercado se propaga.
Assim, o autor chega à conclusão
de que o capitalismo só se difundiu da maneira como vemos graças a uma primeira
disseminação da cultura calvinista e burguesa. Com o tempo a burguesia passou a
moldar a sociedade à sua imagem e semelhança, estabelecer modelos e ideais que
são incutidos desde a infância na vida das pessoas, levando a parecer natural
tudo que na verdade é uma construção social.
Essa ideia nós vemos ainda hoje
na música de Renato Russo, Geração Coca-Cola. No entanto, nesse caso, o
compositor conseguiu identificar essa influência de ideais já construídos,
ainda que ela seja para nós algo muito sutil, e os está criticando, fazendo uma
ameaça de subversão ao sistema utilizando os meios que o próprio capitalismo
difunde.
Carolina Paulino Fontenla
Direito Diurno
Carolina Paulino Fontenla
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