O ensaio de Max Weber: “A Ética
Protestante e o Espírito do Capitalismo”, almeja estabelecer uma relação de
causa e efeito entre algo que denomina "ética", advinda do contexto
cultural e religioso sob a figura do protestantismo puritano, e o sistema
econômico dominante a partir do século XIX, o capitalismo. Busca entender e
conceituar a forma de produção capitalista, negando-a como aquela que valoriza exclusivamente o trabalho humano enquanto instrumento
para o acúmulo de capital. O homem passaria a ser visto tanto como um instrumento
de produção como uma máquina de consumo, estabelecendo a supremacia material e,
assim, subordinando os valores morais humanos.
A reforma protestante e a disseminação
de seus ideais fizeram com que aflorassem nos indivíduos a ganância e a ideia incontrolável da busca pelo lucro constante, rompendo com o viés católico que condenava o lucro e a
acumulação de riquezas, condições primeiras para a salvação pregada pelo
protestantismo. Constrói-se a ideia de uma “praticidade da moral” contraposta
ao conformismo do mundo oriental. A
dispersão protestante foi propulsora para uma revolução que modificaria o modo
de produção industrial e a própria concepção capitalista.
O desenvolvimento do espírito
capitalista estaria, de acordo com Weber, relacionado com o processo de racionalização
da economia e das técnicas em geral na Era Moderna. Weber cita ainda a fundamentação
da racionalização que permeia desde setores contábeis e científicos até a
racionalização da conduta humana, condição para que o racionalismo econômico se
firmasse concretamente.
Gabriela Giaqueto Gomes - Direito Noturno
Gabriela Giaqueto Gomes - Direito Noturno
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