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domingo, 29 de setembro de 2013

Cultura geradora de um novo modus operandi

            Na introdução de sua obra, Max Weber nos mostra diversos exemplos de como a cultura ocidental, no que diz respeito à evolução, desenvolvimento e edificação de seus pilares, é dominante à cultura oriental, mesmo que, muitas vezes, em diversos aspectos, sobre diversos ramos, a primeira tenha se utilizado da segunda como seu compartimento. Exemplos como conhecimento na Arquitetura, Música, Ciência, maneira como o Estado se organiza e se expõe na sociedade regida, etc. são os principais utilizados pelo autor para nos mostrar essa dominação.
Como maneira a introduzir-nos no assunto do capitalismo, Weber também nos explicita sua interpretação de realidades tangidas por esse sistema econômico-financeiro. É-nos dito que, primeira e diferentemente do que o senso comum pensa ser, o capitalismo não é o responsável pelo nascimento de um ímpeto irrefreável por lucro. O capitalismo é, na realidade, a limitação da ganância irracional do homem. Segundo Weber, a ação econômica capitalista nada mais é do que a possibilidade de lucro, ou seja, de maneira pacífica e racional, a esperança pela obtenção do lucro.
            Dentro da lógica capitalista, segundo Weber, temos que, caso um trabalhador de trocas e vendas não se adapte à lógica capitalista, será eliminado da sociedade mercadológica, pois, sabendo que, como supracitado, o capitalismo nada mais é do que uma esperança por possibilidades de lucro, uma vez que o comerciante não visa essa balança favorável de seus negócios, não há, para o sistema capitalista, a base fundamental e primeira do motivo pelo qual ele se tornou comerciante.
            Numa análise sobre a modernidade do capitalismo, Max Weber nos mostra a existência de uma profunda influência da religião. Para a edificação do capitalismo moderno, as doutrinas religiosas, como a crença protestante, faz surgir um modus operandi das relações sociais.
            Quando se diz “influência de religiões” para o desenvolvimento do capitalismo, tem-se que se ressalvar que a religião pioneira nessa conjuntura foi o calvinismo, a chamada religião protestante. Ao analisarmos mais profundamente a influência do catolicismo na desenvoltura aqui explicada e analisada, vemos que este é responsável pela criação da mentalidade de que a usura é pecado, ou seja, o excedente de capital tanto necessário para existência das relações comerciais e, portanto, das relações capitalistas, é considerado algo inapropriado para a evolução dos laços sociais. Assim, se houve alguma influência do catolicismo no capitalismo moderno, pode-se dizer que essa influência foi, de certa maneira, negativa.
            A cultura mundialmente espalhada católica modificou-se com o advento do protestantismo. A salvação divina, que, segunda a Igreja Católica, era negada com a existência de usura, na Igreja Protestante era conseguida com a obtenção de mais e mais lucro, este que era visto como uma predestinação.
               Assim, pois, a cultura, segundo Weber, detendo as práticas da sociedade, é geradora de todos os possíveis novos costumes que, mesmo sem a finalidade de quebrar dogmas e estabelecer uma nova ordem econômica, no caso de uma análise socioeconômica de uma sociedade, passa a sustentar o sistema capitalista.

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