A
ética como padrão de vida
A “ética protestante e
o espírito do capitalismo” de Max Weber rompe a perspectiva Marxista do ideal
de sociedade classista em oposição, porém não por negar exatamente tudo o que
foi proposto por Marx, mas sim por analisar a forma do desenvolvimento desses
grupos burgueses em núcleos específicos a partir de seu agir em sociedade.
Apesar de a visão ocidental capitalista ter como símbolo de tal regime países
como os Estados Unidos da América e a Inglaterra, seu histórico
cultural-religioso comparado ao Brasil é muito distinto, o que gera certos
obstáculos para entender os estudos de Weber. A formação protestante se distancia
da visão católica (brasileiros); essa visão distante se dá pelo modo de ver o
capital cultural e religiosamente.
Os grupos calvinistas
se destacam pela nova racionalidade que dão ao capital. Toda a ação do homem
capitalista que buscavam ser tinha um fim em si mesmo e não se firmavam apenas
pela ânsia econômica. Racionalização nos âmbitos: contábil, científico, jurídico
e do próprio homem. Essa novo modo de agir, se desprendendo de vícios mundanos
focados na predestinação divina, tornava a vida calvinista próspera aos olhos
da classe burguesa em geral despertando certa competitividade.
A ética protestante é então firmada como o padrão de vida levado por esses burgueses em específico e sua universalização começa com a ida dos calvinistas para o novo mundo, a América.
Focando na
racionalização do homem, item mais difícil da ética protestante, é possível
perceber o confronto cultural intrínseco na distinta visão do trabalho entre um
calvinista e um artesão por exemplo. O primeiro, não opera ferramentas, mas é
dono do tempo de seu operário, pois paga por ele, buscando aproveitar ao máximo
cada segundo em seu favor (gerando capital); o segundo é produtor e dono de seu
tempo, porém trabalha objetivando seu sustento. Com pequenos exemplos, se faz
notável a mudança de consciência que ocorreu inclusive a consciência de tempo. “Tempo
é dinheiro” frase de Benjamin Franklin é prova dessa nova perspectiva do
capital racional.
Joingle Raphaela do Carmo Viotto- Direito Diurno
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