Weber, em sua
obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, tem como objetivo, de
modo geral, entender o que leva os homens a pensar diferente e as consequências
que isso acarreta no modo de vida da sociedade. Especificamente falando, a o
que levou a emersão de um espírito capitalismo moderno originado no ocidente,
que teve sua ética universalizada.
Esse espírito
do qual se trata Weber é fortemente marcado pelo racionalismo econômico, caracterizando
o chamado capitalismo aquisitivo. Nesse, a acumulação de capital tem como fim a
si mesmo, não se vinculando a satisfação de necessidades materiais, mas sim gerando
uma ideia de obrigação no homem, um dever de ganhar, acumular, reinvestir com
uma filosofia própria do ascetismo. Dessa maneira, na mentalidade capitalista
moderna, a acumulação de capital desliga-se da imagem de ganância, avareza e
adquire a imagem de virtude, eficiência.
Nesse
processo histórico, a ética cultural foi responsável por desencadear a
econômica. O capitalismo moderno passou por diversos obstáculos para atingir a
universalização, principalmente devido à visão de uma atividade desprovida de
autorrespeito, aos hábitos do tradicionalismo como forma econômica, além da
visão que a Igreja Católica, tão influente na época, detinha como antiética e anticristã.
Mas atravessando essas barreiras, o surgimento da ideia do trabalho como fim em
si mesmo, a dinamização do mercado, a disseminação dos valores do
protestantismo e, futuramente, a desvinculação de qualquer origem religiosa
moldou esse novo sistema econômico que foi fruto da mudança do modo de pensar
do homem, o adquirido espírito do capitalismo. A origem dessa mudança é o
objeto de estudo de Max Weber.
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