Em uma obra que pode ser considerada como uma das mais
fundamentais do século XX, Weber trata da questão da ética religiosa trazer o
capitalismo emergente como um padrão de conduta. Segundo a ética protestante, o
acúmulo de riquezas seria um sinal de predestinação, representando que aqueles
capazes de reter para si mais capitais estaria, na terra, recebendo sinais de
que teria a salvação.
Apesar de a religião protestante, na época, não representar a
mais disseminada, como o capitalismo disseminava-se mundialmente, a ética
adotada por tal religião, de aceitar o acúmulo de capital como um sinal divino,
acaba por expandir-se para as demais religiões, como forma de sustentar a nova
ordem econômica que crescia. Tal ética de riqueza como algo bom acaba, aliás,
por expandir-se para além do âmbito religioso.
Ocorre, segundo Weber, uma racionalização em diversos pontos:
contábil,segundo a qual haveria uma separação entre os diversos âmbitos da vida
do homem, como família, casa e trabalho; jurídica, pela qual a função do
direito passa a ser a de dar garantia à proteção da empresa, do capital;
científica, que propõe a ciência como forma de buscar conhecer formas de
expandir o capital; e humana, pela qual o homem deve negar constantemente sua
própria riqueza sob o propósito de aumentá-la ainda mais.
Relacionando Weber com a atualidade, enquanto países como
Estados Unidos, coerentemente com o estudo weberiano, por apresentar uma
grande influência protestante em sua sociedade tem o acúmulo de riqueza como
algo exaltável, o que pode ser de certa forma apontado como um dos fatores
responsáveis pela grandiosidade industrial norte-americana; enquanto o Brasil,
apresentando um caráter possivelmente “atrasado”, viu por muito tempo, e ainda
vê o acúmulo de capital como algo desfavorável, podendo tal fato ser
relacionado ao constante contato entre riqueza e pobreza existente no país, no
qual há uma grande desigualdade social.
Por conseguinte, tem-se uma universalização da ética
calvinista, podendo-se dizer que tal ética acabo se tornando parte da vida
pública, abrangendo o mundo quase que de forma íntegra no âmbito do trabalho.
Em um momento no qual a burguesia buscava estabelecer-se, pautar o espírito do
capitalismo na religião foi algo certamente relevante.
Mayara P. Michéias- Turma XXX- UNESP- DIREITO- DIURNO
Nenhum comentário:
Postar um comentário